QUE TAL FALAR COM A SUA
ALMA?
“Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim
tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o
louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus”. Salmos 42:5, 6ª.
Este salmo apesar de ser
atribuído aos filhos de Corá parece “exalar um perfume davídico” como disse
muito apropriadamente certo comentarista. Aqui encontramos uma alma sedenta por
Deus. Parece que nada mais importa neste mundo a não ser o desfrutar de um
estreito relacionamento com o Senhor. Não conhecemos as motivações do salmista,
mas imaginamos alguém de alma quebrantada e abatida ansiando pelo socorro do
céu. Quantos de nós não nos encontramos assim? Há uma necessidade tão grande de
refrigério e folga! Precisamos de um tempo sabático!
Ele começa seu poema
dizendo: “Como a corça anseia por águas
correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus. A minha alma tem sede de Deus,
do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus? Minhas lágrimas
têm sido o meu alimento de dia e de noite, pois me perguntam o tempo todo:
"Onde está o seu Deus”? Essas palavras soam familiares? Creio que sim
e para muitos de nós, elas soam quase autorais. Lutas, pressões, ausências,
demandas, exigências! Partidas iminentes! Relacionamentos líquidos, adolescências
tardias, falta de responsabilidades! Ufa! A expressão aqui é “extremo cansaço”,
não há outra. E de repente paramos e nos perguntamos: Que mundo é esse? O
salmista também sentia falta de ar já naqueles dias. Ele também baqueava em
suas emoções, igualzinho a nós!
Na verdade é percorrendo as
páginas do Livro Sagrado e especialmente os escritos dos salmistas que
percebemos que não há super crentes. O que existe de fato é o Super Deus que
nos sustenta e fortalece nele e na força do seu glorioso poder. Sem ele nada
somos, podemos ou fazemos. E o pior é que no momento em que estamos assim
tristes e abatidos sempre aparecem aqueles que se levantam para nos abater
ainda mais com seus discursos prontos. São os que nos perguntam sem a menor
sensibilidade: “Onde está o seu Deus”?
Olhar para os escritos antigos nos ajuda a ter as nossas forças revigoradas. Os
sofrimentos presentes não são muito diferentes dos experimentados pelos servos
do passado. Talvez as motivações, os protagonistas e cenários sejam diferentes,
mas não seus efeitos nos corações.
Sim, nos abatemos, nos
entristecemos e sentimos vontade de pedir parada na terra para descer vezes sem
conta. Como diz a letra da canção popular. Mas logo somos assistidos pelo
Senhor que nos ampara e restaura. Basta irmos a ele de coração quebrantado e
contrito. Ele é especialista em consertar corações rasgados. Com o salmista não
foi diferente. Ele recebeu um insight de Deus e parou para confrontar a sua
própria alma. É como se de repente ele sacudisse o mofo de toda aquela tristeza
e se perguntasse: “Por que você está
assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de
mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador
e o meu Deus”. Já parou para diante do espelho estabelecer esse diálogo
íntimo? Os salmistas eram dados aos solilóquios, esses diálogos íntimos que
sacodem as nossas estruturas. O choro é lícito, a tristeza é lícita. Há
momentos de dores atrozes, mas não podemos permanecer nesse estado de
abatimento. Precisamos lembrar a nossa alma que temos um Deus Todo poderoso que
está vivo e ativo. É ele quem nos sustenta e é nele que devemos por a nossa
esperança. Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/