segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Meditação/Nadia Malta/MAU HUMOR OU LUCIDEZ SEM MAQUIAGEM?

MAU HUMOR OU LUCIDEZ SEM MAQUIAGEM?

De novo voltei a minha atenção e vi toda a opressão que ocorre debaixo do sol: Vi as lágrimas dos oprimidos, mas não há quem os console; o poder estava do lado dos seus opressores, e não há quem os console. Por isso considerei os mortos, mais felizes do que os vivos, pois estes ainda têm que viver! No entanto, melhor do que ambos é aquele que ainda não nasceu, que não viu o mal que se faz debaixo do sol”. Eclesiastes 4.1-3.

                                                                                              


Sempre achei as palavras do pensador de certa maneira muito duras. Há até quem o chame de mal humorado. Mau humor ou lucidez sem nenhuma maquiagem? Salomão definitivamente não tinha nenhuma intenção de amenizar as suas palavras para os melindrosos! Gosto disso! Sua observação sobre a vida, o homem e o tempo são de uma Lucidez e clareza contundentes. Por que temos tanta dificuldade em encarar o inevitável?

Ao ler as palavras do texto citado logo somos remetidos para tudo que temos visto e sentido em termos de país e de mundo. É quando somos impactados com o fato de que o jugo opressor, as lágrimas sem consolo vêm de longas datas. Há todo um clamor de uma ancestralidade que tem se perpetuado ao longo dos séculos. O sofrimento é democrático se não sofremos por um motivo, o fazemos por outro. É o grande espinho na carne é o ônus por se estar vivo neste vale de lágrimas que é a terra.

Em relação a isso Salomão diz: “Por isso considerei os mortos, mais felizes do que os vivos, pois estes ainda têm que viver”! Será que ele estava depressivo e tinha a intenção de se matar para desfrutar da bem aventurança de não viver mais nesta terra? Claro que não! O que vemos aqui é a constatação de fatos irrefutáveis! Por mais fé que tenhamos emocionalmente não tem sido fácil para nenhum de nós. Pensamos nos filhos e netos e toda a nossa posteridade. Há tanta perversão de valores. Há tanta maldade. Aliás, o mal tem se institucionalizado. O casamento do mal com a impunidade têm gerado frutos amargos.

Na sequência das palavras do pensador ele acrescenta: “No entanto, melhor do que ambos é aquele que ainda não nasceu, que não viu o mal que se faz debaixo do sol”. Tem como não concordar com ele? Receio que não! Apesar de ser viciada na Esperança, não sou cega e a minha Esperança não se prende apenas a esta vida. A minha Esperança é uma pessoa chamada Cristo. Nele ponho a minha confiança e nele espero sempre! Contudo, quando nossos olhos se detêm nos acontecimentos à nossa volta tendemos a desanimar e esmorecer. Que possamos fazer como o salmista: “Elevo os meus olhos para os montes. De onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor que fez os céus e a terra”. Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/

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