ELE SABE O QUE O NOSSO OLHAR DIZ!
“Ao vê-la, o Senhor se
compadeceu dela e disse: "Não chore". Depois, aproximou-se e tocou no
caixão, e os que o carregavam pararam. Jesus disse: "Jovem, eu lhe digo,
levante-se! "Ele se levantou, sentou-se e começou a conversar, e Jesus o
entregou à sua mãe”. Lucas 7.13-15.
Sem dúvida nenhuma este é um dos encontros mais tocantes de Jesus,
pelo menos para mim. Não vemos aqui nenhum pedido formal de oração, nem da
pessoa em questão, nem de outras pedindo por ela. A única coisa que há aqui é o
olhar em lágrimas de uma mãe que perdera seu único filho. Não pode haver dor
maior que esta, pois mesmo que se tenham muitos filhos, cada filho é único e
insubstituível. Este encontro me faz lembrar uma canção popular, cuja letra tem
um verso lindo, que gostaria de parafrasear: “Como não sei orar, só queria
mostrar meu olhar, meu olhar, meu olhar!”. Sim, fazendo uso da licença poética,
troquei o rezar pelo orar, por razões obvias.
Nesses dias li uma dessas frases publicadas na internet que nunca
sabemos ao certo a autoria que diz assim: “Aprender a ler o que um olhar diz é
alfabetizar os sentimentos!”. Jesus amado, que coisa mais linda! E ninguém sabia
ler a profundidade de um olhar mais ou melhor que o nosso querido Mestre! Como
precisamos ser alfabetizados em relação ao que não é dito por palavras, mas
exaustivamente mostrado pelo olhar súplice! Muitas vezes antes dos
relacionamentos se partirem, por exemplo, as palavras parecem que vão sendo
lançadas ao vento! Parece que pouca ou nenhuma atenção é dada ao que se é dito
tantas vezes. É quando o silêncio da voz chega que o olhar começa a gritar, mas
quem está apto para decodificar essa linguagem tão delicada e sofisticada?
Jesus acabara de curar à distancia o servo de um centurião. A
multidão exultava pelo ocorrido e de repente ele encontra outra multidão, dessa
vez tendo a tristeza como estandarte. E sua porta-bandeira era a própria tristeza
encarnada! Era aquela mãe cuja dor transcendia o limite das palavras, aliás, já
não havia palavras que pudesse traduzir aquele sofrimento, mas ainda restava o que
olhar marejado de lágrimas tinha a dizer. Aquele olhar falava da dor mais
terrível que uma mulher pode experimentar: A perda de um filho! O Senhor se
compadece dela, lhe ordena que faça cessar o choro. Manda parar o esquife e diz
ao que estivera morto para levantar-se e o entrega vivo a sua mãe! Aleluia!
Quando todas as possibilidades humanas cessam, hora de entrar em
cena as infinitas possibilidades de Deus! “Na
presença do Senhor há plenitude de alegria e delicias perpetuamente”. Todo
pranto cessa! Toda tristeza se esvai e tudo se faz novo. Muitas vezes em nossa
verborragia diante do Senhor nos momentos de oração, não conseguimos expressar
ou encontrar palavras que traduzam o que verdadeiramente sentimos! É quando
precisamos nos calar e simplesmente chorar mostrando a Ele o nosso olhar! Ele
sabe o que não conseguimos dizer com palavras! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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