terça-feira, 23 de setembro de 2014

Meditação/Nadia Malta

JESUS, AQUELE QUE NOS CHAMA E CAPACITA A SOFRER POR AMOR AO EVANGELHO!

 “São eles hebreus? Eu também. São israelitas? Eu também. São descendentes de Abraão? Eu também. São eles servos de Cristo? — estou fora de mim para falar desta forma — eu ainda mais: trabalhei muito mais, fui encarcerado mais vezes, fui açoitado mais severamente e exposto à morte repetidas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus trinta e nove açoites. Três vezes fui golpeado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar. Estive continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei perigos nos rios, perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos dos gentios; perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, e perigos dos falsos irmãos. Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez. Além disso, enfrento diariamente uma pressão interior, a saber, a minha preocupação com todas as igrejas. Quem está fraco, que eu não me sinta fraco? Quem não se escandaliza, que eu não me queime por dentro? Se devo me orgulhar, que seja nas coisas que mostram a minha fraqueza. O Deus e Pai do Senhor Jesus, que é bendito para sempre, sabe que não estou mentindo. Em Damasco, o governador nomeado pelo rei Aretas mandou que se vigiasse a cidade para me prender. Mas de uma janela na muralha fui baixado numa cesta e escapei das mãos dele”. 2 Coríntios 11:22-33. 


Paulo em defesa do seu apostolado apresenta as suas credenciais de muito sofrimento. Apesar de achar uma insensatez colocar-se em comparação com os falsos apóstolos daqueles dias, era necessário assim fazer por causa da fé ingênua dos coríntios. Eles se deixavam escravizar por aqueles obreiros da iniquidade com as suas doutrinas insolentes e arbitrárias, ao ponto de se deixarem até esbofetear por eles, numa prática ascética absurda. O zelo apostólico de Paulo beira à loucura, segundo ele próprio, em face dessas aberrações. Mais uma vez, é inevitável não fazermos uma comparação com aquilo que vemos e ouvimos nos nossos dias. Não haveriam opressores se não houvessem oprimidos. Não haveriam exploradores da boa fé se não houvessem os tolos que se deixam ludibriar. Eles se retroalimentam. Em tempos de “self service” de tudo, transportaram o conceito para a fé. E as pessoas apressadas e desatentas recebem sanduíches espirituais de restos requentados, que satisfazem a necessidade imediata, mas não nutrem. Boa parte dos crentes contemporâneos perdeu a capacidade de contestar, arguir, conferir coisas espirituais com espirituais. O resultado disto? Engano e escravidão. Há muitos líderes eclesiásticos da atualidade nos meios evangélicos que obrigam seus liderados a colocarem retratos seus em suas casas, para que sejam reverenciados. Absurdo! E tem quem obedeça sem contestar! Paulo era um servo experimentado na fornalha das aflições, mas nunca negou a sua fé, nem pôs em dúvida o amor de Deus por ele por causa do sofrimento. Ele foi capacitado para o martírio e cumpriu seu papel até o fim. O eco das palavras zelosas do apóstolo reverbera através dos séculos chamando a atenção dos crentes de todas as épocas. Não nos deixemos enganar, o Senhor nos chamou para a liberdade, não nos deixemos escravizar! Nadia Malta.



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