domingo, 27 de novembro de 2011

Sermão/Tião Alvino/A BEM-AVENTURANÇA DO PERDÃO DIVINO

A BEM-AVENTURANÇA DO PERDÃO DIVINO
Salmo 32



OBJETIVO
Fazer a igreja refletir sobre as consequências desastrosas do permanecer em pecado, e da necessidade de se buscar a presença de Deus com um coração sinceramente arrependido, para que possamos gozar das bem-aventuranças que o perdão do Senhor nos concede.

IDEIA CENTRAL DO TEXTO
O texto lido foi escrito por Davi, e tem sido considerado por muitos como um salmo didático e penitencial. Acredita-se que ele foi escrito após o Salmo 51, como consequência de uma promessa feita por Davi ao Senhor, ao se arrepender e confessar o seu pecado de adultério cometido com Bate-Seba e do homicídio planejado de Urias.

Muitos de nós, assim como Davi, tentamos inutilmente, conscientemente ou não, ocultar do Senhor algumas de nossas inclinações pecaminosas, que podem ser um vício, um perdão não liberado, um traço de personalidade que sabemos não agradar a Deus, e acabamos por sofrer as consequências disso.

O salmista nos orienta em como devemos agir, para que a aridez da permanência no pecado passe. Devemos buscar a presença do Senhor, para que Ele nos perdoe, nos proteja, nos instrua, e nos traga o Seu refrigério.

INTRODUÇÃO
Ao receber a tarefa de elaborar esse sermão, tive alguma dificuldade em determinar qual tema Deus gostaria que eu abordasse com a igreja. Ao conversar com a minha pastora sobre isso, fui instruído a buscar um texto que falasse fundo ao meu coração, um texto onde a Palavra de Deus cortasse primeiro a mim. Um dos versículos desse salmo saltou aos meus olhos em minha visita diária ao site Bíblia Online, e ao ler o texto inteiro, encontrei aquilo que procurava.

Ao ler o relato de Davi, sobre o período de sequidão que ele experimentou enquanto ocultava os seus pecados de Deus, e de como essa sequidão transformou-se em júbilo e em alegria quando ele buscou, com um coração sinceramente arrependido, a presença de Deus para pedir perdão pelos seus pecados, eu me remeti imediatamente ao período da minha conversão, onde pude experimentar o renovo que Deus concede aos pecadores arrependidos.

Que possamos aprender as importantes lições que o salmista nos ensina, e que o Senhor nos oriente no caminho que devemos seguir rumo a esse aprendizado.

O TEXTO LIDO NOS REVELA QUATRO FATOS BÁSICOS SOBRE O PECADO E O PERDÃO, QUE DEVEM SER COMPREENDIDOS POR TODOS OS QUE CREEM EM DEUS:

1. A insensatez da impenitência – vs. 3, 4, 9:
  • Ao tentar inutilmente ocultar os seus pecados Daquele que sonda mentes e corações, Davi sentiu o peso da mão do Senhor sobre si, e a sequidão de alma que a perda da comunhão com Deus nos traz.
  • Muitos de nós, assim como Davi, tentamos guardar e esconder de Deus aqueles nossos “pecadinhos de estimação”, que nos são tão preciosos, e difíceis de nos desvencilharmos.
  • Ao fazer isso, a nossa consciência nos acusa, e a culpa que se segue começa a nos consumir e a nos imobilizar. É o remorso, e não o arrependimento, agindo desastrosamente em nossas vidas.
  • O pecado produz a separação entre o homem (pecador) e Deus (santo). Ao permanecermos em pecado, enfraquecemos cada vez mais a nossa comunhão com Deus, e daí segue-se a sequidão de alma e a ausência de respostas às nossas orações.
  • O autor de Hebreus nos revela que: “O Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. Se estamos sem correção, da qual todos têm se tornado participantes, é porque não somos filhos, mas, bastardos” (Hebreus 12:5-8).
  • O v. 9 nos traz uma advertência contra a obstinação, que nesse contexto é resistir à disciplina do Senhor. O Senhor irá até às últimas consequências para trazer cada um dos Seus eleitos para o Seu caminho. Permanecer na obstinação só fará com que a mão do Senhor pese cada vez mais sobre nós.
  • Então, qual atitude devemos tomar?

2. O Caminho do livramento – vs. 5, 10:
  • O arrependimento sincero é a culpa produzindo atitude. Diferente do remorso, que nos imobiliza e nos destrói, o arrependimento produz uma mudança de rota que nos salva.
  • O arrependimento nos faz buscar a presença de Deus, com um coração contrito e um pedido de perdão em nossos lábios, desejando a reconciliação com Ele.
  • E como teremos a certeza de que Ele nos ouviu e nos perdoou?
  • O apóstolo João, em sua primeira carta, nos revela: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.” (1 João 1:7-9; 2:1,2)

 3. A bênção da aceitação – vs. 1,2:
  • v. 1: Se cremos em Jesus como Ele verdadeiramente o é, o Filho de Deus, nossas iniquidades são perdoadas, pois o castigo que nos trouxe a paz estava sobre Ele, na Cruz do Calvário.
  • v. 1: O sangue de Jesus cobre os nossos pecados. E pecado coberto, é pecado confessado, perdoado, apagado e esquecido: “Pois, para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Jeremias 31:34; Hebreus 8:12).
  • v. 2: O apóstolo Paulo cita esses dois versículos em sua carta aos Romanos (Romanos 4:7,8), em meio à sua argumentação acerca da justificação pela fé em Cristo Jesus. Mediante essa fé, somos declarados justos aos olhos de Deus, o nosso escrito de dívida é cancelado, e o Espírito de Deus passa a habitar em nós, vivificando o nosso espírito, e nos desvencilhando de todo dolo (hipocrisia) diante do Senhor, pois passamos a viver para agradar a Deus. 

4. A alegria da obediência – vs. 6, 7, 8:
  • v. 6a: Reconciliados com Deus, os homens piedosos (santos e fiéis) reestabelecem a comunhão com Ele, e as nossas orações, além de serem ouvidas, passam a ser também respondidas.
  • vs. 6b, 7: No Senhor encontramos abrigo nas nossas tribulações, que são inevitáveis, mas, reconciliados com Ele, as muitas águas podem até nos atingir, mas, jamais nos afogar: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” (1 João 5:4,5).
  • v. 8: A presença viva de Deus em nós, o Seu Espírito Santo, nos guiará pelas veredas da justiça, e o nosso terno e fiel Consolador nos livrará de todo caminho mal (o pendor da carne, que dá para a morte) e nos guiará pelo Caminho eterno (o pendor do Espírito, que nos traz vida e paz).
  • v. 8: O Senhor Jesus Cristo prometeu a todos nós, que cremos Nele, que estaria conosco todos os dias das nossas vidas, até a consumação do século (Mateus 28:20). E “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8:31

CONCLUSÃO
  • Que essa palavra possa tocar fundo os nossos corações, produzindo em nós frutos dignos de arrependimento.
  • Que possamos nos voltar para o Senhor, clamando a Ele, em nome do Seu Filho Jesus Cristo, que Ele nos liberte de nossas inclinações que nos aprisionam e nos afastam Dele, pois “Esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito” (1 João 5:14,15).
  • Que reconciliados com Ele, possamos gozar de todas as Suas bem-aventuranças, e possamos clamar como o salmista no v. 11: “Alegrai-vos no SENHOR e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que sois retos de coração!”

Em Cristo Jesus,
Tião Alvino

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Estudo/Rev. André do Carmo Silvério/JOÃO CALVINO E "OS CINCO PONTOS DO CALVINISMO"

João Calvino e “Os Cinco Pontos do Calvinismo”

por
Rev. André do Carmo Silvério

É muito comum se ouvir falar sobre “Os Cinco Pontos do Calvinismo”. Eu mesmo, quando me tornei aluno da classe de catecúmenos, com a finalidade de ser membro da Igreja Presbiteriana do Brasil, lembro-me de ouvir por várias vezes falar sobre esse assunto. Contudo, meu raciocínio não era outro, senão, o de achar que o autor destes pontos era de fato o próprio reformador do século XVI: João Calvino. Mas somente no Seminário pude ter um contato mais próximo com obras literárias que falavam sobre o assunto, e, desta forma, creio ter sido esclarecido sobre o que realmente vem a ser “Os Cinco Pontos do Calvinismo”.
Portanto, o objetivo deste pequeno artigo é esclarecer de forma simples quem de fato escreveu os chamados “Cinco Pontos do Calvinismo”, por qual razão e porque eles são “cinco pontos” ao invés de sete ou dez. Além disso, procuraremos destacar a sua relevância para a nossa teologia.

1. Autoria
Ao contrário do que muitos pensam, não foi João Calvino quem escreveu “Os Cinco Pontos do Calvinismo”. Talvez algumas pessoas ficarão impressionadas com esta afirmação. No entanto, a magna pergunta que se faz é: Se não foi Calvino, quem foi então? “Estes cinco pontos foram formulados pelo Sínodo de Dort, Sínodo este convocado pelos estados Gerais (da Holanda) e composto por um grupo de 84 Teólogos e 18 representantes seculares, entre esses estavam 27 delegados da Alemanha, Suíça, Inglaterra e outros países da Europa reunidos em 154 Sessões, desde 13 de novembro de 16 18 até maio de 1619” . [1] Portanto, peca por ignorância quem afirma ser João Calvino o autor destes cinco pontos, porque na verdade, a afirmação correta é que estes “pontos” foram fundamentados tão somente nas doutrinas ensinadas por ele. Aliás, este sistema doutrinário, se assim podemos chamá-lo, foi elaborado somente 54 anos após a morte do grande reformador (1509-1564).

2. Razão de sua Escrita
Os Cinco Pontos do Calvinismo foram formulados em resposta a um “documento que ficou conhecido na história como ‘Remonstrance' ou o mesmo que ‘Protesto'”, [2]apresentado ao Estado da Holanda pelos “discípulos do professor de um seminário holandês chamado Jacob Hermann, cujo sobrenome latino era Arminius (1560-1600). Mesmo estando inserido na tradição reformada, Arminius tinha sérias dúvidas quanto à graça soberana de Deus, visto que era simpático aos ensinos de Pelágio e Erasmo, no que se refere à livre vontade do homem”. [3] Este documento formulado pelos discípulos de Arminius tinha como objetivo mudar os símbolos oficiais de doutrinas das Igrejas da Holanda (Confissão Belga e Catecismo de Heidelberg ), substituindo pelos ensinos do seu mestre. Desta forma, a única razão pela qual Os Cinco Pontos do Calvinismo foram elaborados era a de responder ao documento apresentado pelos discípulos de Arminius.

3. Porque Cinco Pontos?
Este documento formulado pelos alunos de Jacob Arminius tinha como teor cinco principais pontos, conhecidos como “Os Cinco Pontos do ArminianismoE como já dissemos logo acima, em resposta a este Cinco Pontos do Arminianismo, o Sínodo de Dort elaborou também o que conhecemos como “Os Cinco Pontos do Calvinismo” ao invés de sete ou dezEstes pontos do calvinismo são conhecidos mundialmente pela palavra TULIP, um acróstico popular que na língua inglesa significa:
otal Depravity
Total Depravação
nconditional Election
Eleição Incondicional
imited Atonement
Expiação Limitada
rresistible Grace
Graça Irresistível
erseverance of Saints
Perseverança dos Santos

4. Os Cinco Pontos do Arminianismo Versus Os Cinco Pontos do Calvinismo [4]

Arminianismo
Calvinismo

1. Vontade Livre – O arminianismo diz que a vontade do homem é “livre” para escolher, ou a Palavra de Deus, ou a palavra de Satanás. A salvação, portanto, depende da obra de sua fé.

1. Depravação Total – O calvinismo diz que o homem não regenerado é absolutamente escravo de Satanás, e, por isso, é totalmente incapaz de exercer sua própria vontade livremente (para salvar-se), dependendo, portanto, da obra de Deus, que deve vivificar o homem, antes que este possa crer em Cristo.


2. Eleição Condicional – O arminianismo diz que a “eleição é condicional, ou seja, acredita-se que Deus elegeu àqueles a quem “pré-conheceu”, sabendo que aceitariam a salvação, de modo que o pré-conhecimento [de Deus] estava baseado na condição estabelecida pelo homem.

2. Eleição Incondicional – O calvinismo sustenta que o pré-conhecimento de Deus está baseado no propósito ou no plano de Deus, de modo que a eleição não está baseada em alguma condição imaginária inventada pelo homem, mas resulta da livre vontade do Criador à parte de qualquer obra de fé do homem espiritualmente morto.



3. Expiação Universal – O arminianismo diz que Cristo morreu para salvar não um em particular,porém somente àqueles que exercem sua vontade livre e aceitam o oferecimento de vida eterna. Daí, a morte de Cristo foi um fracasso parcial, uma vez que os que têm volição negativa, isto é, os que não querem aceitar, irão para o inferno.


3. Expiação Limitada – O calvinismo diz que Cristo morreu para salvarpessoas determinadas, que lhe foram dadas pelo Pai desde toda a eternidade. Sua morte, portanto, foi cem por cento bem sucedida, porque todos aqueles pelos quais ele não morreu receberão a “justiça” de Deus, quando forem lançados no inferno.

4. A Graça pode ser Impedida – O arminianismo afirma que, ainda que o Espírito Santo procure levar todos os homens a Cristo (uma vez que Deus ama a toda a humanidade e deseja salvar a todos os homens), ainda assim, como a vontade de Deus está amarrada à vontade do homem, o Espírito [de Deus] pode ser resistido pelo homem, se o homem assim o quiser. Desde que só o homem pode determinar se quer ou não ser salvo, é evidente que Deus, pelo menos, “permite” ao homem obstruir sua santa vontade. Assim, Deus se mostra impotente em face da vontade do homem, de modo que a criatura podeser como Deus, exatamente como Satanás prometeu a Eva, no jardim [do Éden].

4. Graça Irresistível – O calvinismo entende que a graça de Deus não pode ser obstruída, visto que sua graça é irresistível. Os calvinistas não querem significar com isso que Deus esmaga a vontade obstinada do homem como um gigantesco rolo compressor! A graça irresistível não está baseada na onipotência de Deus, ainda que poderia ser assim, se Deus o quisesse, mas está baseada mais no dom da vida, conhecido comoregeneração. Desde que todos os espíritos mortos (= alienados de Deus) são levados a Satanás, o deus dos mortos, e todos os espíritos vivos (= regenerados) são guiados irresistivelmente para Deus (o Deus dos vivos), nosso Senhor, simplesmente, dá a seus escolhidos o Espírito de Vida. No momento que Deus age nos eleitos, a polaridade espiritual deles é mudada: Antes estavam mortos em delitos e pecados, e orientados para Satanás; agora são vivificados em Cristo, e orientados para Deus.


5. O Homem pode Cair da Graça – O arminianismo conclui, muito logicamente, que o homem, sendo salvo por um ato de sua própria vontade livremente exercida, aceitando a Cristo por sua própria decisão, pode também perder-se depois de ter sido salvo, se resolver mudar de atitude para com Cristo, rejeitando-o! (Alguns arminianos acrescentariam que o homem pode perder, subseqüentemente, sua salvação, cometendo algum pecado, uma vez que a teologia arminiana é uma “teologia de obras” – pelo menos no sentido e na extensão em que o homem precisa exercer sua própria vontade para ser salvo). Esta possibilidade de perder-se, depois de ter sido salvo, é chamada de “queda (ou perda) da graça”, pelos seguidores de Arminius. Ainda, se depois de ter sido salva, a pessoa pode perder-se, ela pode tornar-se livremente a Cristo outra vez e, arrependendo-se de seus pecados, “pode ser salva de novo”. Tudo depende de sua continua volição positiva até à morte!


5. Perseverança dos Santos – O calvinismo sustenta muito simplesmente que a salvação, desde que é obra realizada inteiramente pelo Senhor – e que o homem nada tem a fazer antes, absolutamente, “para ser salvo” -, é óbvio que o “permanecer salvo” é, também, obra de Deus, à parte de qualquer bem ou mal que o eleito possa praticar. Os eleitos ‘perseverarão' pela simples razão de que Deus prometeu completar, em nós, a obra que ele começou. Por isso, os cinco pontos de TULIP incluem a Perseverança dos Santos .

5. Considerações Finais
Para inteirar o leitor do todo da história, Spencer nos diz que após o Sínodo de Dort se reunir em 154 Sessões num “completo exame das doutrinas de Arminius e comparar cuidadosamente seus ensinos com os ensinos das Escrituras Sagradas, chegaram à conclusão que os ensinos de Arminius eram heréticos”. [5] “E não somente isto, mas o Concílio impôs censura eclesiástica aos ‘remonstrantes' depondo-os dos seus cargos, e a autoridade civil (governo) os baniu do país por cerca de seis anos”. [6]
Diante disso, creio que a diferença crucial entre o Arminianismo e o Calvinismo se resume na palavra Soberania. Enquanto os calvinistas entendem que Deus opera a salvação na vida do ser-humano conforme a sua livre e soberana vontade, os arminianos salientam que o homem é capaz de por si só querer ou não ser salvo. Se partirmos da premissa que o homem está completamente morto diante de Deus como nos ensina Efésios 2:1, entenderemos porque a salvação depende tão somente da graça e da misericórdia do SENHOR, pois “não depende de quem quer ou quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” (Rm 9:16). Portanto, creio que os objetivos deste artigo foram de fato alcançados, demonstrando assim a verdadeira história dos “Cinco Pontos do Calvinismo”. Que assim, queira o Senhor nosso Deus nos abençoar e nos dar sempre a graça de sermos verdadeiros propagadores da história reformada.

NOTAS:
[1] - Tradução livre e adaptada do livro The Five Points of Calvinism, www.unifil.br/teologia/arquivos/ cincopontoscalvinoesboco.pdf
[2] - The Five Points of Calvinism, p. 1, ob.cit.
[3] - Duane E. Spencer, TULIP, Os Cinco Pontos do Calvinismo à Luz das Escrit uras, p. 111-112, Parakletos, 2ª Edição – São Paulo – 2000.
[4] - Esta síntese foi retirada do livro TULIP , p. 15-19.
[5] - TULIP , p. 112.
[6] - The Five Points of Calvinism, p. 6.

Rev. André do Carmo Silvério

Pastor da Igreja Presbiteriana do Jardim Girassol – Guarulhos,
Professor de Teologia Sistemática no Instituto Bíblico Presbiteriano Rev. Boanerges Ribeiro e Secretário de Mocidade da Confederação Norte Paulistano


domingo, 20 de novembro de 2011

Artigo/Pra. Nadia Malta/VOCÊ NÃO SE ENXERGA?

VOCÊ NÃO SE ENXERGA?

O início da minha infância, até os quatro anos de idade foi um tempo de reinado absoluto no qual todas as atenções eram voltadas para mim, primeira filha, primeira neta. Era o máximo, tudo convergia para mim! Aí vi meu reinado desmoronar com a chegada do meu irmão, que acabou roubando a minha cena, pois nasceu com um problema de saúde e todas as atenções da casa eram voltadas para ele, ele virou meu estraga prazeres!

A mudança de cenário, no entanto, não impediu que tentasse de todas as formas reconquistar o meu lugar que havia sido violentamente usurpado pelo “estraga prazeres”. No meio daquele reinado desmoronado, uma das perguntas prediletas da minha mãe era: “Você não se enxerga, não?”. Isso porque na minha tentativa de chamar a atenção dela, foi não foi lá estava eu vestindo as suas roupas e calçando seus sapatos de salto, os mais caros. Perdi a conta dos saltos que quebrei ao meio, pois o pé, ainda hoje muito pequeno, não chegava até o salto e se apoiava na metade do sapato quebrando ou entortando-o quase sempre. O que me valia boas e doídas palmadas e beliscões acompanhados é claro, da célebre e insuportável pergunta: “Você não se enxerga, não?”.

É interessante como imagens e palavras da infância, emergem da nossa memória, fazendo-nos aplicá-las ao tempo presente, mesmo tendo passado tantos anos!

Os anos passaram, mas as palavras de minha mãe não passaram e estão a balizar determinadas coisas que tento fazer sem a devida habilitação, elas me fazem recuar sem constrangimento. Hoje sou pastora de uma pequenina parte do rebanho de Deus, por vocação. O caminho percorrido entre o despertar da vocação, o reconhecimento do dom e do chamado, a preparação e o exercício efetivo do ofício, foi um parto à fórceps. Como foi difícil para mim me enxergar como alguém que tem um chamado de Deus para uma obra específica! Aliás, todos os escolhidos têm um chamado, resta saber qual.

Queria sempre à semelhança de Jonas, fugir desse chamado por me achar incapaz.  Mesmo hoje no exercício pleno do ministério, continuo me achando incapaz, mas para meu alívio, descobri que é o Senhor que capacita e a suficiência de que preciso vem apenas dele e não de mim mesma. Quando nos apercebemos disso, a obra do Senhor flui e acontece porque ele se responsabiliza. Qualquer percepção fora dessa verdade rouba a glória de Deus e se transforma em egolatria.

Os cristãos, sobretudo os que de algum modo estão envolvidos ministerialmente, precisam atentar para a célebre pergunta de minha mãe: “Você não se enxerga, não?”. Ciúmes, competição e desejo de aparecer tem servido de pedra de tropeço em muitas igrejas e muitos ministérios verdadeiros têm sido abortados. Será que o que eles estão fazendo na obra de Deus, não tem quebrado e entortado sapatos ministeriais, na tentativa de fazer algo para o qual não foram chamados?

O apóstolo Paulo nos ordena a permanecer na vocação a que fomos chamados. Na minha infância, na tentativa de chamar a atenção, eu era uma caricatura de minha mãe. Aquela não era a minha realidade, mas eu a queria para mim. Por que aquilo acontecia? Porque estava na infância, que é o tempo das meninices próprias da idade. A criança é naturalmente egoísta, ególatra, gosta de aparecer e receber aplauso pelos seus feitos. Quando nos tornamos adultos as coisas de criança devem ficar no passado. Crescemos, precisamos amadurecer!

No Reino de Deus, a obra que fazemos é para exclusiva glória do Senhor. A honra e o aplauso são para ele. O vaso que se exalta será irremediavelmente humilhado sem que haja cura. O instrumento dele que somos nós, deve se enxergar, perceber seu real chamado, tirar os sapatos da vaidade e se recolher a sua insignificância. Só a Deus toda glória!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Artigo/Pra. Nadia Malta/UM TEMPO DE CONFINAMENTO!

UM TEMPO DE CONFINAMENTO!

É comum encontrarmos em nosso meio pessoas se queixando que se sentem como Jonas no ventre do grande peixe. Na realidade precisamos de um tempo de isolamento aqui e acolá, para fazermos um balanço de tudo que somos, do propósito da nossa própria vida ou simplesmente para ficar em silêncio numa oração interior, só ouvida por aquele que nos sonda e nos ouve independente do lugar onde estamos, como fez com Jonas das entranhas do peixe.

O isolamento é oportuno, é terapêutico e faz parte da estranha, mas eficaz pedagogia de Deus. É um tempo de mosteiro sem paredes, de contemplação. É um tempo no qual somos engolidos mesmo involuntariamente pelas entranhas obscuras das ausências facilitadoras para emergir e despertar, para ratificar ou negar por completo a nossa verdadeira vocação e chamado ministerial. Saímos do confinamento mais fortalecidos para continuar a jornada. No ventre do peixe não há pastores, facilitadores, líderes humanos, irmãos de oração, ninguém para nos ministrar, a ausência de alguém visível é absoluta, somos apenas nós e o Senhor, ali a dependência é total. Alí aprendemos a lidar com a escuridão, com os medos e inseguranças mais abissais, com as inclinações mais disfarçadas, é o lugar onde toda ambiguidade se esvai.

Jonas tinha uma vocação e um chamado real, Nínive, mas ele em sua rebelião resolveu comprar uma passagem e fugir para Társis, o extremo oposto. Aprendemos com esta experiência que no final das contas, o que prevalece é a vontade soberana de Deus, quer queiramos ou não. E nada como um bom confinamento para fazer emergir a lucidez nesses momentos!

Já reparou que de vez em quando o Senhor nos permite viver um tempo de solitude, de profundezas no qual questionamos nossa vocação e o verdadeiro sentido de tudo que estamos vivendo? Esse tempo é absolutamente revelador, é onde as máscaras caem, toda maquiagem derrete e a nossa verdadeira face aparece sem os disfarces da religiosidade programada. Isso acontece com todos os que de alguma maneira estão envolvidos ministerialmente na obra de Deus e é bom que seja assim para que não nos acomodemos em nossas petulantes convicções.

Se as profundezas nos deixam perplexos, ainda mais impactados ficamos quando descobrimos o que há nos nossos depósitos interiores, aqueles tesouros escondidos da sabedoria celestial, acumulados ao longo da nossa jornada, que eclodem como bálsamos em nossas orações mais sinceras. Em nossa corrida frenética para dar conta da religião, deixamos de nos relacionar com o Deus vivo e verdadeiro e é aí que ele puxa nosso freio de mão e nos faz dar uma frenagem daquela de cantar pneus, até que reduzamos a velocidade e voltemos devagar para ele.

Descobrimos que com Jonas foi assim, a rota do profeta fujão foi mudada, a sua velocidade foi reduzida e do ventre do grande peixe ele orou ao Senhor, não de forma original e espontânea, mas de forma derivada, de acordo com aqueles tesouros escondidos que foram ocultados em seu coração, extraídos do livro dos salmos, a grande escola de oração frequentada por ele. Se somos realmente filhos de Deus, as sementes benditas que foram plantadas em nós pelo Senhor, estão lá dentro do nosso coração e no tempo certo elas brotarão.

No final aprendemos que tudo está sob o controle do Senhor e faz parte do seu treinamento, da sua ação poderosa em nossas vidas, visto que ele não abre mão de nenhum dos seus escolhidos. Quanto mais rápido entendermos isto, mais rápido seremos lançados na praia para seguir o curso do nosso verdadeiro eficaz e autêntico chamado.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Sermão/Manoela Malta/FERIDAS DO PASSADO NÃO PRECISAM DESTRUIR NOSSO FUTURO!

Feridas do passado não precisam destruir nosso Futuro! II Rs. 5: 1-17

Objetivo: Levar as pessoas à compreensão de que, em Cristo, nossas feridas do passado não precisam destruir nosso futuro.

Constantemente escuto na clínica frases como: “Fui roubado”, “Meus sonhos foram destruídos”, “destruíram minha vida”, “Destruíram meus planos”, “Destruíram minha felicidade”, “Eu era apenas uma criança/ adolescente”, etc.

No texto lido, vemos dois personagens sofridos e como Deus conduz o sofrimento de cada um:

Personagem 1: A menina e seu sofrimento
Ela tinha todos os motivos para ser amargurada, se sentir uma vítima e desejar o mal ao seu malfeitor: Naamã.
Diante da notícia da enfermidade do general, a menina poderia:
1.      Se alegrar e se sentir vingada
2.      Tripudiar (“Se ele não fosse tão ruim, talvez, não tivesse sido acometido por essa enfermidade”)
3.      Se deixar usar como instrumento de Deus, apesar de seu próprio sofrimento (Rm. 8:28: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados segundo os seus propósitos”) – Quando nos deixamos usar por Deus para abençoar alguém (seja quem for), somos meros “canos de PVC” nas mãos Dele pra que as bênçãos celestiais desçam através de nós e alcancem as pessoas. Porém, quando nos aprisionamos no lugar da pobre vítima que precisa ser vingada e que não tem saída, somos troféus de ouro nas mãos do inimigo das nossas almas. Mais vale sermos um cano de pvc nas mãos de Deus, do que um troféu de ouro nas mãos do inimigo.

Aquela menina sabia do poder do seu Deus e, apesar de seu sofrimento, não deixou de abrir os lábios para propagar aquilo que o Senhor é capaz de fazer. O sofrimento daquela menina não seria em vão. Ela não foi desamparada por Deus, nem estava desprotegida quando foi abruptamente levada do seio de sua família para ser escrava numa outra terra. Em nenhum momento Deus perdeu o controle da situação, em nenhum momento Deus abandonou sua pequena filha. Ela teria toda a eternidade para desfrutar da presença daqueles que, nesta terra, eram seus pais, mas sua missão aqui era grande e o alvo de sua missão seria seu próprio malfeitor: Naamã, sua cura e sua salvação.

No momento em que ela leva o poder de Deus ao homem que lhe causou sofrimento, abrindo, assim, as portas para a cura do general, o primeiro milagre de cura acontece: A cura das feridas do coração daquela menina. Ali, ela cumpriu o propósito de Deus, ela saiu do lugar de vítima para o de instrumento vivo do agir do Senhor e no momento em que o agir de Deus nos usa como instrumento para curar ou libertar alguém, esse poder opera primeiro em nós, para depois operar no outro.

Personagem 2: Naamã: ferido no corpo, doente nas emoções e morto no espírito.

Naamã tinha feridas em 3 instâncias do seu ser:
Ser Emocional: era arrogante, vaidoso, pretensioso, orgulhoso.
Ser físico: era leproso
Ser espiritual: não conhecia ao Senhor, seu espírito era morto.

Na busca por sua cura, Naamã comete 3 erros:
1.      Naamã procura a pessoa errada para curá-lo (O rei) e ainda tentou “comprar” o milagre.
2.      Naamã esperou que Eliseu lhe prestasse honras e deferências e fizesse tudo para que ele fosse curado, afinal ele era O GENERAL NAAMÃ, o GRANDE HERÓI DE GUERRA!! (v. 10, 11)
3.      Naamã se deixa levar por seu julgamento humano acerca de como seu problema seria resolvido com mais coerência e quase perde a bênção por causa da doença da sua alma: vaidade, orgulho, prepotência. (v.12)

Porém, O Senhor, por intermédio de Eliseu, exige a participação de Naamã no milagre sob três aspectos:
a.      Obediência: Naamã precisou se submeter a uma ordem absurda: Lavar-se num rio sujo! (Não eram os rios de sua terra eram tão mais limpos??)
b.      Humildade: Sendo ele um homem importante, submeteu-se a despir-se diante de seus servos, homens considerados inferiores a ele, expor suas feridas, sua fraqueza e a banhar-se em águas sujas. Tantas vezes ocultamos nossos pecados, nossas fraquezas, nossas debilidades, nossas feridas de Deus e do próximo por pura vaidade? Fazemos de conta que está tudo bem porque “ninguém pode saber da minha fraqueza”?
c.      Perseverança: Naamã precisou perseverar. Um único mergulho poderia curá-lo, se Deus quisesse, mas, para que a cura dele fosse completa, ele precisava passar pela dor de ver-se com as mesmas chagas até o sexto mergulho. O medo da vergonha, da humilhação, o medo de estar sendo zombado por aquele profeta. Talvez cada um daqueles mergulhos lavasse uma debilidade da sua alma: medo, vaidade, orgulho, prepotência, arrogância, falta de fé. O trabalhar de Deus, muitas vezes é invisível. Temos a sensação de que fazemos, fazemos, fazemos e nada acontece, que Deus não se importa, mas Ele trabalha silenciosamente e, depois do sétimo mergulho, emergimos limpos e o resultado é melhor do que esperávamos: não uma carne limpa de um homem adulto, mas uma carne limpa de uma criança, com a fé de uma criança, com a entrega de uma criança, com a leveza de uma criança. (v. 14)

 O processo de Deus com Naamã se deu em três etapas:
1.      Cura do caráter – escola de humildade se chama humilhação.
2.      Cura do corpo
3.      Cura do espírito – Naamã reconhece que não há Deus como o SENHOR.

CONCLUSÃO: Podemos tirar 5 lições desse texto:
1.      Deus tem um propósito Santo para cada uma das nossas dores.
2.      Diante de nossas dores, temos duas possibilidades: ou escolhermos nos vermos como pobres vítimas da vida, do mundo, do diabo, das pessoas, ou de nos vermos como instrumentos preciosos nas mãos do Senhor para que seus Santos propósitos se cumpram em nossas vidas ou na vida das pessoas à nossa volta.
3.      Quando escolhemos a segunda opção, a cura das nossas feridas começa a acontecer porque entendemos que nossas feridas são fruto do treinamento de Deus para sermos soldados muito mais aptos para a batalha. Nenhum soldado pode ir à luta sem um treinamento pesado. Nenhum soldado chega no campo de batalha sem marcas e cicatrizes de seu treinamento. Se ele é treinado, é porque ele é útil, é porque alguém olhou pra ele e apostou nele, teve um propósito pra ele. Se você não tem marcas e cicatrizes, é porque não foi treinado para a batalha, se você não foi treinado, é porque Deus não tem um propósito pra você! Portanto, ao olhar para as suas marcas e cicatrizes, olhe para o alto e pergunte: Deus, qual o Teu propósito para cada uma dessas marcas?
4.      Quando escolhemos a segunda opção, percebemos que aquilo que antes nos machucava pode passar a ser instrumento para cura de alguém: se você passou por uma dor, poderá como ninguém compreender e acolher aqueles que passam pela mesma dor.
5.      No lidar com as nossas dores, Deus nos convoca à: buscar auxílio Nele, sermos obedientes, humildes e perseverantes.
Sermão/Dra. Manoela Malta em 13.11.11 – Psicóloga Clínica – manoelamalta@hotmail.com


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Artigo/Pra. Nadia Malta/O EXTRAORDINÁRIO NAS TRIVIALIDADES!

O EXTRAORDINÁRIO NAS TRIVIALIDADES!

O andar cristão é um desafio contínuo a permanecer conectado ao Senhor em todo o tempo. E o que mais me surpreende é que, quer queiramos ou não já estamos conectados sim, e desfrutamos de milagres o tempo inteiro, basta ter sentidos espirituais para perceber os moveres de Deus ao nosso redor.

Aqueles que vivem esperando que os céus se abram e de lá soem vozes como de trovões com relâmpagos riscando os ares sobre os homens, correm o risco de se decepcionarem e perderem o verdadeiro sobrenatural de Deus que é manifesto debaixo dos nossos olhos diariamente. É surpreendente o quanto de extraordinário há nas trivialidades do dia a dia, como: sair e chegar no meio de um mundo violento e extremamente cruel, enfrentar sem enlouquecer esse trânsito de longos engarrafamentos, onde carros viram máquinas de guerra, comer a quantidade de alimentos e beber a água contaminados por toda sorte de agentes, sem ser atingido, e tantas e tantas outras situações que passaríamos horas só listando. O que nos faz ir e vir ilesos? A Mão de Deus! Isso é milagre!

Seguramente nada do que nos sucede ou fazemos é em si mesmo trivial ou corriqueiro. Em tudo podemos sentir a mão sustentadora do nosso Deus, nos protegendo e amparando! Na última quarta feira experimentamos isso e o alarme acendeu nos dando conta dessa presença viva do Senhor ao nosso redor. Um caminhão de lixo entrou desgovernado na rua da nossa igrejinha e arrancou o poste com toda a fiação de alta tensão e cabos de telefone produzindo faíscas e barulho forte de explosão. O poste ficou caído na frente da igreja colado ao nosso frágil toldo de acrílico e os fios energizados espalhados pelo chão, sem atingir nada nem ninguém. Glória a Deus! Isso é milagre do Senhor!

Quantos postes precisam cair e ser segurados pela mão de Deus para que creiamos que ele está ligado a tudo que diz respeito a nós? Que possamos parar e reconsiderar nossa percepção em relação aos agires do nosso Pai Celestial. Permaneçamos nele em todo o tempo. Às vezes queremos que o Senhor fenda os céus e se mostre de algum modo, mas ele já fez isso quando enviou seu Filho para morrer por nós conquistando para nós a prerrogativa de nos tornarmos filhos seus. O Senhor diz em sua palavra: “Bem-aventurados os que não viram e creram!”.

A palavra de ordem para os cristãos de hoje é PERMANECER. Vivemos um tempo onde nada é absoluto, tudo é relativo. Deus é absoluto, ele não muda e não se agrada dos que retrocedem, dos que postergam ou desistem. Ele deseja que permaneçamos nele, ligados como os ramos de uma videira de tal modo que possamos receber a seiva bendita que vem dele, que são tanto as impressões do Espírito em nosso interior, quanto as percepções de tudo que é extraordinário em nossas mais simples trivialidades. Permaneçamos em Cristo! Isto não é religiosidade, é relacionamento! Só um relacionamento estreito assim nos fará perceber todos os milagres dos quais somos alvo o tempo inteiro, como atos de amor de um Deus apaixonado! Isto é milagre! Que ele nos abençoe e nos desperte!


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Artigo/Pra. Nadia Malta/A DIFÍCIL ESTRADA DA CONFIANÇA ABSOLUTA!


A DIFÍCIL ESTRADA DA CONFIANÇA ABSOLUTA!

Somos desafiados a crer mesmo contra a esperança. Somos encorajados a andar pelo que cremos não pelo que vemos isso é tarefa praticamente impossível em um mundo onde o apelo visual é constante, mas quando ousamos crer verdadeiramente chamamos à existência as coisas que não existem! Essa é a trilha da confiança plena, absoluta no Deus que tudo pode! Caminhemos por ela, ela é cheia de curvas e ladeira acima, mas nos levará ao destino esperado!

Aquietemos nosso coração, confiemos em Deus! Confiança é fé em ação. Quando o cristão tão somente confia no Deus que tudo pode, crendo mesmo contra a esperança, o céu se move em seu favor! Quando aprendemos a confiar de verdade, aprendemos automaticamente a descansar. Os que experimentam o descanso de Deus descansam das suas obras como Deus descansou das suas.

Nessa estrada íngreme da confiança às vezes precisamos chegar à última fronteira do suportar e das possibilidades humanas, para só então, percebermos que o Senhor nos levou até alí para manifestar a sua glória em nossa vida! São os caminhos nas tormentas percorridos por ele para entregar em nossas mãos as nossas vitórias mais retumbantes! Quando essa hora bendita chega, entendemos que aquela saída e aquela possibilidade vieram exclusivamente do Senhor, sem nenhuma mão humana! Rendamos a ele toda honra e toda glória!

Para cada noite escura da alma, há sempre um novo amanhecer! Que possamos crer na providencia do nosso Pai que tem sempre uma saída impossível, um recurso impensável e uma porta que até então, para nós era invisível, mas estava lá o tempo todo e de repente nossos olhos passam a enxergá-la para a glória do Senhor! Como disse o salmista: "O choro pode persistir uma noite, mas de manhã irrompe a alegria". O grande problema aqui é a duração da nossa noite e é exatamente para fazer essa travessia da noite para o dia que precisamos confiar inteiramente, sem reservas no Deus que tudo pode e descansar nele. Há determinados momentos que tateamos às cegas tentando firmar os passos, nossos pés chegam a resvalar, mas é aí que o Senhor chega e nos segura pela mão e nos diz: “Não tema, que eu te ajudo!”.

Tenho me questionado sobre as razões que levam o Senhor a nos provar. Parece um atrevimento de minha parte, mas tenho essas viagens. Um palpite me ocorre: acho que ele quer que saibamos do que somos capazes quando confiamos nele de todo o nosso coração. Ele conhece as nossas inadequações e limitações, mas conhece também nosso potencial dado por ele. Ele conhece e quer que também conheçamos e isso só é possível quando precisamos tirar leite de pedra, atravessar desertos e vales sombrios. Só então aquela força da qual fomos dotados por ele vem à tona e faz toda a diferença para a glória de Deus! Confiemos inteiramente no Senhor e ousemos descansar nele!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Artigo/Pra. Nadia Malta/TUDO JÁ SE FEZ NOVO!

TUDO JÁ SE FEZ NOVO!

Para os escolhidos de Deus, as coisas velhas passaram e tudo se fez novo. Por que insistimos em remexer em velhos porões e abrir velhos baús para remexer no lixo e no mofo do passado. Esse ato nos adoece a alma e amargura nosso espírito. Nesse velho lixo há “bactérias espirituais” que corroem nossa saúde emocional impedindo que desfrutemos da plenitude de Deus!

O povo de Deus precisa de folga, de fronteiras alargadas e o Senhor em sua infinita misericórdia já providenciou isso para nós. O problema é que a nossa mentalidade de escravos nos tem impedido de desfrutar daquilo que é direito nosso e foi comprado para nós com preço de sangue. O sangue preciso de Jesus Cristo, nosso Cordeiro pascal.

Muitos em nosso meio têm vivido em cárceres emocionais tão insalubres que mal conseguem respirar, vivem uma vida cristã miseravelmente infeliz e o que é pior põem a culpa no passado. Amados, Deus nos deu uma segunda chance, nos permitiu nascer de novo da água e do Espírito. Apagou o escrito da dívida que era contra nós. Ele zerou a nossa história! Esta é a boa nova do evangelho. Novidade de Vida! Um novo andar, um novo agir, uma nova percepção. Ufa! Tudo se fez novo! Por que então não desfrutamos? Minha mãe costuma dizer em sua sabedoria octogenária: “As pessoas se acostumam com tudo com o bom e com o ruim!”. Já começo a achar que ela tem mesmo razão. Como tem gente que gosta de sofrer e carregar defunto ladeira acima! O cristão que passou pela regeneração do espírito, deve sepultar seu velho homem e aprender a gozar da plenitude de sua nova identidade como filho amado de Deus!

Cada vez me convenço mais de que os fardos e estigmas lançados sobre nós, só nos aprisionam, quando permitimos que eles nos façam reféns e isto acontece quando acreditamos neles. Sem nenhuma sombra de dúvida, a igreja do Senhor está cheia de pessoas vocacionadas para a vitória e a superação, mas que têm acreditado nessas mentiras do adversário contadas pela boca daqueles que têm autoridade sobre nós. É tempo de quebrar cadeias e romper ciclos que têm travado as nossas vidas! Para a liberdade foi que Cristo nos libertou, por que insistimos em nos deixar submeter de novo em jugos dos quais já fomos libertos?

O Senhor já levantou uma grande barreira entre nós e o nosso passado com o sangue precioso de Jesus derramado em nosso favor. A nossa ignorância em relação a esse sangue libertador nos deixa vulneráveis aos ataques do nosso adversário em nossas mentes. Viva o hoje o agora de Deus e diga ao adversário: "Arreda, porque sou nova criatura, não tenho passado. Tudo já se fez novo em minha vida em nome de Jesus Cristo!”.


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Artigo/Pra. Nadia Malta/PERSEVERANDO E CRESCENDO EM CRISTO!

Perseverando e Crescendo em Cristo!

Para onde nos viramos hoje há sempre uma oferta de fórmulas mágicas, sobretudo para resolver problemas, que vão desde a obesidade, às enfermidades em geral, o stress (esse então, tem mil e uma fórmulas) e até mesmo as coisas mais simples.

E os livros de auto-ajuda? Esses são um capítulo a parte na enorme parafernália de soluções para quase tudo. As livrarias estão abarrotadas deles, que estão sempre encabeçando a lista dos Best-sellers. Hoje em dia todo mundo vira escritor, basta ser esperto o suficiente para preparar uma listinha mais ou menos de passo a passo e logo já aparece um bando de seguidores. É um tal de dez maneiras de ficar rico, trinta passos para emagrecer, como ser feliz em cinqüenta e duas lições, ou mesmo quarenta horas para se livrar do stress. Tudo picaretagem, nunca vi uma fórmula dessas ter eficácia, a não ser para engordar a conta bancária dos escritores.

Por que as pessoas se deixam levar pela conversa fiada desses espertalhões de plantão? Porque estão ávidas por soluções e saídas de preferência que não tenham que fazer grandes, ou nenhum sacrifício. Procuram seguir a “lei do menor esforço ou da maior preguiça”. Mas, e quanto ao povo de Deus que tem sido açoitado por ventos doutrinários cada vez mais devastadores? Será que não há também um passo a passo do CÉU, que nos assegure um andar firme e perseverante no Caminho que nos ajude a crescer? Paulo responde a essa questão. Há um passo a passo do céu, sim, para os que estão em Cristo Jesus.

O apóstolo aponta em sua primeira carta aos Coríntios, no capítulo dezesseis, versículos treze e quatorze, cinco passos imperativos e sobrenaturais que devem ser dados por todo aquele que tem realmente experimentado um viver diário com o Cristo vivo.

Primeiro Passo: Sejam Vigilantes! A atitude de vigilância tem sido negligenciada pela maioria de nós. Vigilância e oração precisam andar juntas. Essas duas atitudes para nós é uma questão de sobrevivência e saúde espiritual.  Há um pensamento atribuído ao Brigadeiro Eduardo Gomes que diz: “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. Isto se aplica perfeitamente a nossa caminhada cristã. Deus nos chamou, nos escolheu, salvou e capacitou a enfrentar as astutas ciladas do maligno, mas precisamos estar atentos, do contrário seremos terrivelmente envergonhados. Você tem vigiado em oração?

Segundo Passo: Permaneçam Firmes na Fé! Descobrimos em Rm 12.3 que o Senhor repartiu uma medida de fé com cada um de nós. Contudo, essa fé é multiplicada quando ouvimos e acatamos a Palavra de Deus. Quanto mais ouvimos, mais essa fé vai sendo consolidada se transformando em certeza inabalável. Quando a fé se instala, ela dá firmeza aos nossos passos. Mesmo que ela seja como um minúsculo grão de mostarda, ela nos fará deslocar os montes que têm obstaculado as nossas vitórias, principalmente os montes interiores de medo, ansiedade e insegurança. Por falar nisso, como anda a sua fé?

Terceiro Passo: Amadureçam! Aqui equivale dizer: “Comportem-se como pessoas maduras, não como crianças na fé!”. Maturidade espiritual se adquire quando nos alimentamos, meditamos e praticamos a Palavra de Deus. Não existe outro método. Conheço muitos crentes que mais parecem pratos de papa, de tão moles diante das intempéries da vida. Falta maturidade em tempo de ventos doutrinários contrários, que por sua vez têm sido uma grande arma nas mãos do adversário para minar a perseverança dos santos, postergando ou atrofiando o crescimento espiritual de muitos. O Senhor espera que cheguemos à perfeita varonilidade, à estatura de varões perfeitos! Quando aprendemos a ouvir críticas construtivas, crescemos e amadurecemos. Glória a Deus por que também tenho visto muito progresso na maturidade de vários irmãos! Quando somos ensináveis esse aprendizado se torna frutífero!

Quarto Passo: Se Fortaleçam! Esse fortalecimento é experimentado pela leitura da Palavra de Deus e dependência do Espírito Santo diariamente. Nada fazemos de nós mesmos, somos tão somente instrumentos nas mãos de um Deus soberano e gracioso. Se você já é um servo de Deus, ore, clame, busque, peça esse fortalecimento e o receberá. Você tem buscado se fortalecer em Deus e depender dele em tudo que faz ou tenta fazer tudo sozinho?

Quinto Passo: Façam tudo com amor! A manifestação do amor desinteressado é credencial de crente verdadeiro. Os nossos atos concretos de amor, sobretudo pelos que não merecem, testemunham de Cristo, não só lá fora, mas especialmente para os de nossa própria casa. Em Cl 3.23 Paulo diz: Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens”.

Quando o texto diz tudo, é tudo mesmo. De um simples copo de água fria oferecido a um sedento a qualquer outra ação dentro e fora da família. Um elogio entre cônjuges, um gesto de carinho, uma palavra, uma visita, um socorro prático a alguém necessitado. Tudo deve ser feito para a glória de Deus. Em outras palavras, Paulo está dizendo: “Exercitem-se na graça! Sejam canais da multiforme graça de Deus!”. Você tem sido um canal vivo da graça e do amor de Deus? Ainda não? Que tal começar agora, não dói nada e é extremamente gratificante?

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