ANDAMOS TODOS DE ALMA ABATIDA!
https://www.youtube.com/watch?v=KaQnMuGMVNc
“Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus? Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.” Salmos 42.1, 2, 11.
O salmista fala de sua
tristeza e sede profunda de Deus em meio ao deserto que enfrenta. Ele compara a
sua sede a sede das corças que não se contentam com qualquer água, mas buscam
as fontes altas. O único lugar onde podem ser dessedentadas. A sua alma tinha
sede de Deus. Há momentos de extrema agonia de alma, de desertos tão
abrasadores que precisamos alem de pensar e crer na Água Viva, experimentá-la.
Precisamos de refrigério e folga. Havia no coração dele uma saudade incurável,
um anseio pela presença de Deus. E não é assim que nos sentimos tantas vezes?
Afinal é lícito ou não um servo de Deus se sentir abatido em meio aos embates
da vida? Esta tem sido uma pergunta recorrente que ouvimos. Logo de imediato
respondo, com um sonoro SIM! Não apenas baseada numa experiência pessoal, mas
pelos muitos relatos de servos de Deus descritos na Bíblia Sagrada. Basta olharmos
rapidamente para Elias fugindo de Jezabel e pedindo para si a morte, Jeremias
amaldiçoando o dia do seu nascimento, Jó sente o coração desfalecer dentro de
si, Moises, Jonas e suas angustias profundas. O apóstolo Paulo desesperou da
própria vida ao enfrentar uma tribulação na Ásia. A lista é longa. Parece que
dificuldade definitivamente não gosta de solidão! Já reparou que ela nunca vem
sozinha?
O Texto que lemos nos traz
quatro posturas do Salmista que nos ajudam em meio às nossas angustias: Há uma
sede, um anseio pela presença de Deus. Só o Senhor pode nos saciar; Ele sente
saudades do Lar Eterno. Somos peregrinos nesta terra; Ele confronta a sua alma.
Ninguém melhor que nós mesmos para nos confrontar; e Ele aconselha a sua alma a
esperar em Deus. Recebamos este conselho bendito. Nossa saída vem dele e só
dele. A jornada do servo de Deus sobre a terra está longe de ser linear. Muito pelo contrário, a estrada é estreita e
ladeira acima. São altos e baixos o tempo todo. Atravessamos desertos. Descemos
por vales áridos sentimos medo muitas vezes. Encontramo-nos sem saídas outras
tantas. Desejo de nos esconder e de morrer muitas vezes. Sentimos os nossos pés
resvalarem em grandes desfiladeiros outras vezes. Há momentos em que o cansaço
até parece nos destruir. Tudo isto faz parte da jornada do peregrino rumo à
Pátria Celestial: fome, sede, cansaço, aflições e dores. E podemos confirmar
tudo isto na vida daqueles que nos antecederam na caminhada e chegaram ao
destino. Tudo isto é lícito, só não podemos desistir. Seguir em frente na força
que o Senhor supre em porção diária é o que devemos fazer de fato!
Ao mesmo tempo, o salmista
por causa da sua experiência pessoal com o Senhor dá uma parada no meio do seu
cansaço e questiona a sua própria alma dizendo: “Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim
tão perturbada dentro de mim?”. Note que ele não questiona a Deus e muito
menos o culpa por sua grande agonia, antes ele questiona a si mesmo. Em nossa
humanidade tão frágil a dor e a aflição acabam nos tirando a visão dos agires
de Deus. Mas logo nos refazemos e saciados depois de beber na Fonte Eterna,
seguimos em frente na esperança das intervenções impensáveis de Deus! Louvemos
ao Senhor! Ele é bom e a sua misericórdia dura para sempre! O que aprendemos
aqui? Nenhum de nós está livre de passar por grandes aflições. Sim, é lícito
nos sentirmos abatidos, acuados e amedrontados diante das intensas lutas que
enfrentamos. Adotemos a postura do salmista: Busquemos a presença do Senhor. Só
ele pode nos saciar. Assumamos a posição de peregrinos nesta terra e ansiemos
pela volta para casa. Aqui e acolá confrontemos a nossa própria alma.
Aconselhemos a nossa alma a esperar em Deus. Não nos imponhamos carga sobre
carga ao nos abater por causa do próprio abatimento. Somos de carne e ossos.
Não existe “supercrentes”. Somos só seres humanos frágeis e dependentes de
Deus. Confiemos e esperemos Nele! Nadia Malta em 07.05.23.
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