CUIDADO PARA NÃO FALAR DEMAIS!
“Quem guarda a sua boca guarda a sua vida, mas quem fala demais acaba se arruinando”. Provérbios 13.3.
O autor de provérbios chama seus leitos a
observarem um falar prudente e sábio. Há no texto uma chamada severa à
prudência no falar sob pena de arruinar-se. O salmista no salmo trinta e quatro faz uma
pergunta e ele mesmo responde: “Quem de vocês quer amar a vida e deseja ver
dias felizes? Guarde a sua língua do mal e os seus lábios da falsidade”. Isso
mesmo, ele fala da sabedoria do silêncio. Na verdade, encontramos aqui, com
outras palavras, o que fora dito acima pelo autor de provérbios. Quando nos referimos à sabedoria do silêncio
não falamos do silêncio conivente com o pecado ou o calar-se oprimido diante de
uma situação aflitiva e degradante, mas o calar prudente e sábio. O falar
prudente tem hora certa! Quanta opinião precipitada dada sem pensar tem causado
ruína e dano tanto a quem fala quanto a quem é vitima de um falar injurioso.
Por que será que temos uma só boca e dois ouvidos? Imagino que o Criador queria
nos ensinar algo precioso aqui! Assim, falemos menos e ouçamos mais. O silêncio
muitas vezes é a melhor resposta!
Por outro lado, tenho pensado muito naquilo
que falamos e da maneira como é entendido. Os melindres fazem com que ouçamos
um tom que não corresponde à realidade! Parece-nos que há uma intervenção
maligna entre a trajetória da boca de quem fala até os ouvidos de quem ouve.
Lembro-me que certa vez uma pessoa veio falar comigo ao final de um culto e me
pediu roupas usadas para doar enquanto eu conversava atentamente com outra
pessoa. Sempre recolhia todo tipo de usados em bom estado para doação. Então,
rapidamente, sem deixar de dar atenção à pessoa com quem estava conversando, perguntei
para quem ela queria as roupas. A intenção ali era tão somente saber que tipo
de roupa deveria trazer (para homem, mulher, criança). Mas aquela irmãzinha deu
de ombros e saiu muito zangada e ofendida. Não entendi nada na hora. Continuei
a conversa que não podia interromper. Dez anos depois, a irmã ofendida em
questão, que acabou se tornando uma grande e querida amiga me confidenciou: “Já
tive tanta raiva de você!”. Ao perguntar o porquê de tanta raiva. Ela revelou
que dez anos atrás quando ela viera me perguntar se eu tinha roupas usadas para
doar e eu perguntei para quem ela queria. Ela entendeu que eu havia achado que
seria para ela e não atinou para a verdadeira intenção da minha pergunta.
Quanta ira desnecessária! Tudo poderia ter sido rapidamente esclarecido se não
fora o orgulho!
O que aprendemos com o autor de Provérbios
aqui? O autor de Provérbios diz que “Quem guarda a sua boca guarda a sua vida”.
Uma grande e irrefutável verdade. Quanta
angustia seria evitada se usássemos a nossa língua com sabedoria. Por outro lado uma escuta precipitada pode
levar à situações equivocadas como a relatada no parágrafo anterior. Falemos e
ouçamos com prudência. Atentemos para a sabedoria do silêncio! Nadia Malta
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