quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Meditação/Nadia Malta/UM RIO QUE ERA DOCE!

UM RIO QUE ERA DOCE!

Até quando, Senhor?”. Habacuque 1.2ª.

                                                                                  


Às vezes tenho a impressão exata que a natureza fala, se manifesta, não na linguagem falada que conhecemos, é claro. Fala em aprovação, sorrindo generosamente com suas flores e frutos e fala em desaprovação severa às ações malignas do homem. É o caso do Rio Doce, uma tragédia anunciada e negligenciada que não poupou vitimas!

Na verdade este texto surgiu a partir de uma imagem vista. A bandeira nacional chorando lama! Que coisa mais sugestiva! Um Brasil que tem sofrido o rompimento de uma barragem, não de água, mas de lama pela falta de caráter daqueles que a lideram. Que coisa mais triste ver o que estamos vendo! Jamais imaginei ver o que temos visto. E o pior de maneira impotente. Porque parece que todo o poder público está comprometido com o mal institucionalizado. As instituições já não inspiram confiança! São mentiras pra respaldar mentiras. Corrupções em níveis inimagináveis. Barganhas vergonhosas para garantir um lugar no colegiado das falcatruas. São favores escusos em troca benefícios ilícitos. Todos querem se aproveitar e de alguma forma tirar vantagem custe o que custar!

Não é de se admirar que a natureza se manifeste e um Rio que era doce se torne amargo e chore lama! Quanta morte espalhada nas ribanceiras desse rio que alimentava tanta gente! E a calamidade chega até o oceano. O que esperar de tudo isto? Não sei. Mas me faz lembrar a queixa indagadora do profeta Habacuque em relação ao que aconteceu a toda nação: “Até quando, Senhor?”. Clamemos por socorro do céu. Sim, porque já não temos esperanças humanas, terrenas em relação ao que temos visto. Todos a uma estão envolvidos no mar de lama.

Tudo parece tão inexoravelmente sem saída! Já não há ordem, muito menos progresso. O certo se tonou errado e vice versa. O rio tinha mesmo que chorar e vomitar lama em protesto a tudo que tem acontecido! Tenho pensado nos meus netos e nas demais crianças nascidas nesta geração. Que mundo deixar para eles? Lembro-me das palavras de uma canção popular: “Pare o mundo que eu quero descer!”. O coração dói, sinto vontade de chorar. Toda a estrutura que vejo precisaria ser implodida. A morte do Rio Doce tornou-se um símbolo da nossa Nação agonizante mergulhada num mar de lama. O que esperar? Confiar na ação soberana do Eterno! Só assim podemos esperar por uma ressurreição! Esperemos, pois! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/



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