segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sermão/Manoela Malta/COMO TEMOS NOS ACHEGADO A DEUS?

COMO TEMOS NOS ACHEGADO A DEUS?
Lucas 10:38-42



OBJETIVO
Levar a igreja à compreensão da necessidade de comunhão com Deus e à reflexão acerca de como temos nos achegado a Ele.

INTRODUÇÃO
Vivemos num mundo de urgências. Tudo é a jato e as pessoas não têm mais tempo para experimentarem o cotidiano, a conversa com as pessoas queridas, o compartilhar com a família, enfim. Estamos sempre envolvidos com tantas atividades e vivemos dias em que se você tem tempo livre, passa a ser mal visto por todos, porque o “certo” é não ter tempo pra nada, o certo é ser hiperativo, é fazer muitas coisas ao mesmo tempo e precisar de uma licença por causa de uma estafa! É assim que vivemos: agindo muito mais rápido do que nossa mente é capaz de assimilar ou refletir. E, então, infelizmente, nossa vida espiritual não escapa dessa velocidade. Não temos tempo para meditar, para contemplar. E aí, em algum momento, precisamos nos perguntar: como está minha comunhão com Deus? Como anda meu relacionamento com o Pai?

No texto lido, sabemos de duas personagens:

Marta x Maria: duas irmãs com atitudes opostas diante de Jesus.

TRÊS TEXTOS BÍBLICOS QUE CITAM ESSAS IRMÃS
  1. Lucas 10:38-42 – A visita de Jesus à casa de Marta e Maria.
  2. João 11:1-46 – A ressurreição de Lázaro.
  3. João 12:19-35 – Jesus vai cear com a família de Lázaro e Maria unge seus pés com uma libra de nardo puro e enxuga com seus cabelos.

QUEM ERA MARTA?
Uma mulher agitada, ansiosa, falante e que não admitia ver ninguém “parado”! Marta parecia se incomodar com a serenidade e a quietude de sua irmã. Uma mulher que achava que sabia o que era certo e errado e não hesitava em exigir atitudes, nem em dar ordens... ao próprio Jesus!

Nos três textos citados, Marta tem as seguintes posturas diante de Jesus: 
  1. Lucas 10:38-42: Marta agita-se de um lado para outro e confronta Jesus com uma “lição de moral”, atrapalhando aquele momento de intimidade e comunhão que Ele e Maria estavam vivendo, tentando mostrar a Jesus o quanto ela era eficiente e o quanto ela estava sendo injustiçada por estar trabalhando sozinha.
  2. João 11:19-35: Marta, mais uma vez, confronta Jesus. Sua “saudação” foi um cortante: “Se tivesses aqui meu irmão não teria morrido”.  E depois, ela desenvolve uma “discussão” com Jesus, mais uma vez “sugerindo” – agora de forma mais sutil – o que Ele deveria fazer: “Mas sei também que, mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá” (v. 22). E mais adiante: “Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias.” (v. 39)
  3. João 12:19-35: O texto diz apenas: “Marta servia”. Provavelmente, Marta continuava agitando-se de um lado pra outro. Aqui não vemos nem uma referência de que Marta tenha sequer dirigido a palavra ao Senhor.

De forma geral, Marta:
  1. Não parava para ouvir Jesus;
  2. Tinha certeza de que estava fazendo o certo: “como manda a tradição”
  3. Demonstrou necessidade de reconhecimento: ela estava a servir sozinha!
  4. Quis dizer a Jesus o que Ele devia fazer e como Ele deveria agir: Ele “deveria” se importar com o fato de ela estar a servir sozinha e Ele “deveria” ordenar à Maria que fosse ajudá-la!
  5. Atrapalhou a comunhão de Maria com Jesus, tentando subjugar a irmã com seus próprios princípios e tradições.

Em resumo: Marta estava tão envolvida com suas hiperatividades e agitações que não se dedicou a desenvolver sua comunhão com Jesus, embora tivesse tido três oportunidades de experimentar essa intimidade. Logo, ela não conseguiu desenvolver sua confiança cega no Cristo vivo e ainda colocou-se como pedra de tropeço ao atrapalhar a comunhão de Maria com Cristo.

OLHEMOS AGORA PARA MARIA
Uma mulher simples, de poucas palavras, que sabia estar em silêncio para ouvir as palavras de Jesus. No fundo, Maria sabia que só Ele tinha as palavras de vida eterna.

Nos três textos citados, Maria tem as seguintes posturas diante de Jesus:
  1. Lucas 10:38-42: Maria quedou-se aos pés de Jesus para ouvir Seus ensinamentos.
  2. João 11:19-35: Maria quedou-se aos pés de Jesus para, ali, depositar a sua dor.
  3. João 12:19-35: Maria quedou-se aos pés de Jesus para honrá-Lo, entregando a Ele seu tesouro precioso: uma libra de bálsamo de nardo puro, caríssimo, que era usado pelas mulheres em sua noite de núpcias.

Em resumo: Maria aproveitou seus três encontros com Jesus para estar no melhor lugar que alguém pode estar: aos pés de JESUS!

E lá, Maria encontrou:
  1. Alimento espiritual (Lucas 10:39).
  2. Cura e consolo para a sua dor (Lucas 11:32,33).
  3. A proteção do Mestre (o próprio Cristo a defendeu!): ela foi criticada pela irmã e por Judas (Lucas 10:42 e João 12:7).
  4. A experiência de uma comunhão plena com o Senhor.

E nós, como temos nos achegado a Deus? Como temos vivido nosso relacionamento com o Senhor?

Estamos vivendo o ativismo árido de Marta ou a comunhão viva com Jesus, estando aos pés Dele como Maria?

QUE LIÇÕES PODEMOS TIRAR?
1. Precisamos ter cuidado com hiperatividade, seja na igreja, seja em nosso cotidiano para que não percamos de vista a necessidade do nosso tempo de intimidade com Deus: a SOLITUDE.

2. Quando nos perdemos no ativismo árido, corremos quatro riscos:
  • Pela perda da intimidade, nos sentirmos inseguros com a sensação de que Deus está muito longe.
  • Termos a sensação de que, embora estejamos tão “envolvidos com a obra”, Deus não fala conosco: nos sentimos injustiçados!
  • Passarmos a, contaminados pela sensação de que “fazemos muito”, acreditarmos que temos o direito de dizer a Deus como e quando Ele deve agir: comunhão com Deus nos faz viver a certeza de que, seja como for, se Deus age, é, SEMPRE, o melhor para nós!
  • Pela ideia de que somos “imprescindíveis para o reino de Deus”, passarmos a viver uma vaidade que nos leva a exigir do irmão que seja como nós: hiperativos, agitados.

3. Quando nos quedamos aos pés de Cristo, encontramos consolo, alimento espiritual, proteção e, acima de tudo, estreitamos nosso relacionamento com Ele: passamos a conhecer a vontade de a vocação de Deus para nós, nossa vida, então, ganha um propósito!

4. Às vezes nos queixamos de que Deus não fala conosco, mas será que nós sabemos calar para ouvir Deus falar?

EM TERMOS PRÁTICOS, O QUE PODEMOS FAZER PARA RESTAURAR NOSSA COMUNHÃO COM O SENHOR?
  1. Reconhecer que estamos sendo negligentes com nosso relacionamento com Deus.
  2. Pedir perdão por nossa negligência.
  3. Reservar tempo para o Senhor. Precisamos lembrar que relacionamentos precisam ser cultivados. Embora Deus nunca se esqueça de nós, devemos lembrar de que somos falhos e imperfeitos e, facilmente, esquecemos das bênçãos e da alegria da comunhão, por isso, precisamos cultivar a alegria do primeiro amor.

Por fim, precisamos ter em mente que, por outro lado, não podemos usar a necessidade de silenciar e aquietar diante de Deus como desculpa para não colocar a mão no arado. Marta não estava errada em servir, ela apenas não escolheu a melhor parte que era estar ali aos pés do Senhor. Ela tentou “fazer a obra” sem se alimentar, nem buscar orientação do Senhor da Obra. Deus nos convocou como trabalhadores de Sua seara, não estamos de férias nesse mundo. Então, para que possamos saber o que Ele quer de nós e como Ele quer que trabalhemos em Sua seara, precisamos, antes de qualquer coisa, manter uma comunhão viva e um relacionamento estreito com o Senhor!

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