O OUTONO CHEGOU PARA MIM!
A natureza é cíclica e as estações
do ano marcam esses ciclos contínuos. Primeiro a exuberância da primavera com a
variedade de suas flores perfumadas e extravagantemente coloridas. Depois vem o
verão com a sua luminosidade e seus frutos maduros, doces e irresistíveis. É o
auge do ciclo. Tudo muito claro, muito ensolarado e quente, sobretudo quando se
vive em região tropical. Logo a seguir vem o outono chamando a uma renovação.
As folhas empalidecem e caem, o vento torna-se brando e sussurrante, ficando
apenas o tronco das árvores e suas raízes, sim, elas precisam ficar, permanecer
para que possam dar continuidade aos ciclos. Finalmente, chega o inverno com as
suas chuvas copiosas, regando e até inundando a terra. Mais parece um pranto
por tudo que se foi. Contudo, o que parecia trazer destruição, traz abundancia
fartura de alimentos e vida. Os açudes e barragens se enchem e recomeça todo o
ciclo outra vez.
Quando paramos para pensar na vida
humana, descobrimos que ela também é cíclica. Somos todos por algum tempo
primaveras, verões, outonos e invernos. A primavera fala dos primeiros anos até
o inicio da adolescência com toda a sua efervescência e exuberância típicas. O
verão aponta para a juventude em seu auge. Á semelhança das árvores ao
chegarmos ao outono que aponta para a maturidade, perdemos o viço, as folhas
desbotam e caem, anunciando o inverno que se avizinha, final do ciclo. Como diz
o meu marido, “o tempo é inexorável”. Ele tem toda razão. O tempo é irredutível em seu propósito de
completar os ciclos, não só na natureza, mas em nós humanos também. O outono
chegou pra mim e ainda outro dia fui primavera e fui verão! Que seja bem-vindo!
A luminosidade não é mais a mesma das estações anteriores, as cores são mais
monocromáticas, mas a estação tem seus encantos. A maturidade traz consigo a
desaceleração que antes não conhecíamos. A pressa dá lugar a marcha lenta, a
observação e a escuta, substituem o falar desordenado e barulhento de antes,
traduzimos olhares e coisas que não são ditas. Agora, as palavras já não são
tão necessárias. Não há nostalgia. E caso fosse possível, não gostaria de
voltar às estações anteriores. Quero completar meus ciclos, mesmo que as minhas
folhas desbotem e caiam, quero que as minhas raízes estejam firmes em Deus. Que
meus espaços estejam preenchidos com a presença viva do meu Cristo e ele me
conduza em sua suficiência até que eu possa dizer como o apóstolo Paulo: “Combatí
o bom combate, completei a carreira e guardei a fé!”.
O inverno certamente chegará,
depois a primavera e novo verão, outro outono. As raízes que plantei ficarão e
darão continuidade aos ciclos que seguem seu curso. Assim segue a vida
inexoravelmente cíclica, nos dando a oportunidade de viver a plenitude de cada
estação. Glorifiquemos ao nosso Deus, Criador e Pai.
Nadia Malta em 16.02.14
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