terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Artigo/Nadia Malta/O OUTONO CHEGOU PARA MIM!

O OUTONO CHEGOU PARA MIM!




A natureza é cíclica e as estações do ano marcam esses ciclos contínuos. Primeiro a exuberância da primavera com a variedade de suas flores perfumadas e extravagantemente coloridas. Depois vem o verão com a sua luminosidade e seus frutos maduros, doces e irresistíveis. É o auge do ciclo. Tudo muito claro, muito ensolarado e quente, sobretudo quando se vive em região tropical. Logo a seguir vem o outono chamando a uma renovação. As folhas empalidecem e caem, o vento torna-se brando e sussurrante, ficando apenas o tronco das árvores e suas raízes, sim, elas precisam ficar, permanecer para que possam dar continuidade aos ciclos. Finalmente, chega o inverno com as suas chuvas copiosas, regando e até inundando a terra. Mais parece um pranto por tudo que se foi. Contudo, o que parecia trazer destruição, traz abundancia fartura de alimentos e vida. Os açudes e barragens se enchem e recomeça todo o ciclo outra vez.

Quando paramos para pensar na vida humana, descobrimos que ela também é cíclica. Somos todos por algum tempo primaveras, verões, outonos e invernos. A primavera fala dos primeiros anos até o inicio da adolescência com toda a sua efervescência e exuberância típicas. O verão aponta para a juventude em seu auge. Á semelhança das árvores ao chegarmos ao outono que aponta para a maturidade, perdemos o viço, as folhas desbotam e caem, anunciando o inverno que se avizinha, final do ciclo. Como diz o meu marido, “o tempo é inexorável”. Ele tem toda razão.  O tempo é irredutível em seu propósito de completar os ciclos, não só na natureza, mas em nós humanos também. O outono chegou pra mim e ainda outro dia fui primavera e fui verão! Que seja bem-vindo! A luminosidade não é mais a mesma das estações anteriores, as cores são mais monocromáticas, mas a estação tem seus encantos. A maturidade traz consigo a desaceleração que antes não conhecíamos. A pressa dá lugar a marcha lenta, a observação e a escuta, substituem o falar desordenado e barulhento de antes, traduzimos olhares e coisas que não são ditas. Agora, as palavras já não são tão necessárias. Não há nostalgia. E caso fosse possível, não gostaria de voltar às estações anteriores. Quero completar meus ciclos, mesmo que as minhas folhas desbotem e caiam, quero que as minhas raízes estejam firmes em Deus. Que meus espaços estejam preenchidos com a presença viva do meu Cristo e ele me conduza em sua suficiência até que eu possa dizer como o apóstolo Paulo: “Combatí o bom combate, completei a carreira e guardei a fé!”.

O inverno certamente chegará, depois a primavera e novo verão, outro outono. As raízes que plantei ficarão e darão continuidade aos ciclos que seguem seu curso. Assim segue a vida inexoravelmente cíclica, nos dando a oportunidade de viver a plenitude de cada estação. Glorifiquemos ao nosso Deus, Criador e Pai.

Nadia Malta em 16.02.14

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