DE BEM COM O TEMPO!
Li recentemente um artigo como
sendo do Dr. Dráuzio Varela, certeza da autoria nunca temos, sobretudo, quando
encontramos essas publicações na internet, mas o importante é o seu conteúdo
muito bem fundamentado. O referido artigo intitulado “Como funciona o incrível processo de falência corporal!”. Como o
próprio título sugere apresenta dados científicos do processo irreversível de
envelhecimento e morte. Vale a pena ser lido!
Depois de ler o referido artigo
parei para pensar sobre as tentativas tolas de muitos para enganar o tempo com
recursos cosméticos ou cirúrgicos, que por sua vez têm produzido verdadeiras
aberrações. Desde que nascemos não paramos de morrer um pouco a cada dia,
independente de querermos ou não. Esse processo ocorre absolutamente à nossa revelia
e é democrático atinge a todos. Como diz o meu marido do alto dos seus 85 anos:
“O tempo é inexorável!”. E essa
inexorabilidade do tempo perece mais implacável ainda com aqueles que resolvem
bater de frente com ele, numa tentativa vã de enganá-lo. Brigar com o temo é
péssimo negócio, muitos pagam com a vida no afã pela perpetuação da juventude.
São cirurgias mal sucedidas, excesso de produtos químicos nas tintas de cabelo que
geram cânceres diversos, drogas proibidas em outros países que são vendidas
indiscriminadamente no Brasil que prometem reverter o processo de
envelhecimento, tudo uma grande armadilha caça-níquel para enganar os tolos. Por isso resolvi permanecer de bem com o tempo
por todos os dias da minha vida. Quero viver todos os anos que o Senhor por sua
misericórdia me conceder sobre a terra, em plenitude, sem mexer no seu projeto
original, deixa o tempo seguir seu curso. Cada idade tem o seu encanto próprio
e não há nada mais ridículo do que querer parecer o que não é.
Agradeço a Deus todos os dias pelo
dom da vida e pelo combustível da alegria, do bom humor e da fé Naquele que
criou todas as coisas de maneira perfeita e viu que tudo era bom. Decididamente
não quero uma cara cheia de botox que me deixe os olhos espantados como se eu
tivesse visto uma assombração, aliás, assombração é se olhar no espelho desse
jeito e não se reconhecer. Quero encontrar os traços da genética familiar. Quero
que meus filhos e netos olhem pra mim e entendam pela expressão do meu rosto
aprovação ou reprovação. Não quero uma cara plastificada ou siliconada
parecendo uma boneca de cera de museus. Quero o meu rosto original mesmo com todas
as suas modificações ao longo do tempo. Por falar nisso, lembrei-me de uma
grande amiga que fez uma plástica de rosto há muitos anos atrás e fizeram a
presepada de levar o seu neto ainda pequeno para visita-la no hospital. Como
criança e sinceridade são quase sinônimas, o menino ao chegar ao hospital muito
espantado com o estado da avó, bem inchada e deformada, quase irreconhecível,
logo perguntou com cara de assombro: “Vovó,
por que foi que tu fizesse isso?”, ao que a avó com dificuldade respondeu:
“Foi pra ficar bonita!” e o menino
num fôlego só, muito penalizado respondeu: “Nem prestou, num foi vovó!”. Pois é, é assim que ficam aqueles que
desejam enganar o tempo, as tentativas são infrutíferas. A tinta no cabelo, as
próteses de silicone que tem levado muitas malucas a ficarem como se tivessem
permanentemente com um “air bag”
inflado no lugar do busto, bumbuns que mais perecem poltronas que valem títulos
de frutas de feira: mulher-melão, mulher-melancia e outras aberrações. Bocas
siliconadas com lábios que mais parecem as antigas gamelas de barro de bordas
grossas usadas nas cozinhas de nossas mães e avós, mas quem faz acha isso
bonito! Quero e estou assumindo publicamente todos os meus anos (58) com meus
cabelos brancos, com cada ruga que vier, com cada incômodo. Estou feliz e
satisfeita com o que Deus tem feito, apesar de mim! Envelhecer faz parte da
jornada da vida, assim como a própria morte tem o seu lugar e o seu tempo para
acontecer. Quero envelhecer com dignidade sem drama e sem ceder a pressão da ditadura
utópica da “eterna juventude”, tudo
bobagem. Ainda se costuma dizer que o tempo se apaixona por algumas pessoas e
não as castiga tanto, vejo isso claramente na aparência do meu marido, quem
sabe se não sou uma delas? Quero permanecer de bem com o Tempo, esse grande e
necessário instrumento de Deus na jornada da vida.
Voltando ao artigo do Dr.
Dráuzio Varela citado no inicio, ele diz assim em um dos seus parágrafos: “O envelhecimento é um processo que afeta
uma por uma de nossas células. A cada dia, bilhões de nossas células se dividem
em duas. Para isso, precisam duplicar o DNA, e destinar uma cópia para cada
célula-filha. Enquanto as células mais velhas morrem, as recém-criadas ocupam o
lugar deixado por elas. O problema é que o mecanismo de divisão celular é
sujeito a pequenos erros. Quando o DNA é copiado, as imperfeições contidas nele
também são duplicadas. Cada um desses erros é transmitido às células-filhas, às
células-netas e, assim, sucessivamente, para todas as descendentes. É como nas
fotografias: cópias de cópias perdem a nitidez. Desde o nascimento trocamos
todos os ossos do nosso rosto a cada dois anos. Aos 70 anos, nossa face é a trigésima quinta
cópia da que tínhamos ao nascer. A cada cópia as imperfeições se tornaram mais
aparentes. É por isso que parecemos tão diferentes quando estamos mais velhos”.
Em outras palavras as mudanças
acontecem lá dentro de nós de forma lenta, irreversível e gradativa, por isso de
nada adianta tinta, silicone e botox aqui e acolá. O próprio tempo se encarrega
de boicotar as nossas tolas tentativas de enganá-lo. Nascemos com prazo de
validade, essa é a grande verdade. O que fazer então? Proponho que façamos as
pazes com o Tempo e fiquemos de bem com ele! Vivamos o hoje, o agora de Deus! Que
Deus nos dê sabedoria para envelhecer com dignidade e saúde, afinal, cada fase
da vida tem o seu encanto. Sinceramente não gostaria de voltar nem um minuto de
minha vida. Gosto de ver as marcas dos anos como sinais do que já vivi. Termino
parafraseando o apóstolo Paulo: “As coisas velhas passaram, tudo se fez
novo! Andemos em novidade de vida, pois ainda que o nosso corpo morra, o nosso
espírito se renova de dia em dia!”.
Artigo/Nadia Malta
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