quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Artigo/Pra. Nadia Malta/DE BEM COM O TEMPO!


                                        DE BEM COM O TEMPO!






Li recentemente um artigo como sendo do Dr. Dráuzio Varela, certeza da autoria nunca temos, sobretudo, quando encontramos essas publicações na internet, mas o importante é o seu conteúdo muito bem fundamentado. O referido artigo intitulado “Como funciona o incrível processo de falência corporal!”. Como o próprio título sugere apresenta dados científicos do processo irreversível de envelhecimento e morte. Vale a pena ser lido!

Depois de ler o referido artigo parei para pensar sobre as tentativas tolas de muitos para enganar o tempo com recursos cosméticos ou cirúrgicos, que por sua vez têm produzido verdadeiras aberrações. Desde que nascemos não paramos de morrer um pouco a cada dia, independente de querermos ou não. Esse processo ocorre absolutamente à nossa revelia e é democrático atinge a todos. Como diz o meu marido do alto dos seus 85 anos: “O tempo é inexorável!”. E essa inexorabilidade do tempo perece mais implacável ainda com aqueles que resolvem bater de frente com ele, numa tentativa vã de enganá-lo. Brigar com o temo é péssimo negócio, muitos pagam com a vida no afã pela perpetuação da juventude. São cirurgias mal sucedidas, excesso de produtos químicos nas tintas de cabelo que geram cânceres diversos, drogas proibidas em outros países que são vendidas indiscriminadamente no Brasil que prometem reverter o processo de envelhecimento, tudo uma grande armadilha caça-níquel para enganar os tolos.  Por isso resolvi permanecer de bem com o tempo por todos os dias da minha vida. Quero viver todos os anos que o Senhor por sua misericórdia me conceder sobre a terra, em plenitude, sem mexer no seu projeto original, deixa o tempo seguir seu curso. Cada idade tem o seu encanto próprio e não há nada mais ridículo do que querer parecer o que não é.

Agradeço a Deus todos os dias pelo dom da vida e pelo combustível da alegria, do bom humor e da fé Naquele que criou todas as coisas de maneira perfeita e viu que tudo era bom. Decididamente não quero uma cara cheia de botox que me deixe os olhos espantados como se eu tivesse visto uma assombração, aliás, assombração é se olhar no espelho desse jeito e não se reconhecer. Quero encontrar os traços da genética familiar. Quero que meus filhos e netos olhem pra mim e entendam pela expressão do meu rosto aprovação ou reprovação. Não quero uma cara plastificada ou siliconada parecendo uma boneca de cera de museus. Quero o meu rosto original mesmo com todas as suas modificações ao longo do tempo. Por falar nisso, lembrei-me de uma grande amiga que fez uma plástica de rosto há muitos anos atrás e fizeram a presepada de levar o seu neto ainda pequeno para visita-la no hospital. Como criança e sinceridade são quase sinônimas, o menino ao chegar ao hospital muito espantado com o estado da avó, bem inchada e deformada, quase irreconhecível, logo perguntou com cara de assombro: “Vovó, por que foi que tu fizesse isso?”, ao que a avó com dificuldade respondeu: “Foi pra ficar bonita!” e o menino num fôlego só, muito penalizado respondeu: “Nem prestou, num foi vovó!”. Pois é, é assim que ficam aqueles que desejam enganar o tempo, as tentativas são infrutíferas. A tinta no cabelo, as próteses de silicone que tem levado muitas malucas a ficarem como se tivessem permanentemente com um “air bag” inflado no lugar do busto, bumbuns que mais perecem poltronas que valem títulos de frutas de feira: mulher-melão, mulher-melancia e outras aberrações. Bocas siliconadas com lábios que mais parecem as antigas gamelas de barro de bordas grossas usadas nas cozinhas de nossas mães e avós, mas quem faz acha isso bonito! Quero e estou assumindo publicamente todos os meus anos (58) com meus cabelos brancos, com cada ruga que vier, com cada incômodo. Estou feliz e satisfeita com o que Deus tem feito, apesar de mim! Envelhecer faz parte da jornada da vida, assim como a própria morte tem o seu lugar e o seu tempo para acontecer. Quero envelhecer com dignidade sem drama e sem ceder a pressão da ditadura utópica da “eterna juventude”, tudo bobagem. Ainda se costuma dizer que o tempo se apaixona por algumas pessoas e não as castiga tanto, vejo isso claramente na aparência do meu marido, quem sabe se não sou uma delas? Quero permanecer de bem com o Tempo, esse grande e necessário instrumento de Deus na jornada da vida. 

Voltando ao artigo do Dr. Dráuzio Varela citado no inicio, ele diz assim em um dos seus parágrafos: “O envelhecimento é um processo que afeta uma por uma de nossas células. A cada dia, bilhões de nossas células se dividem em duas. Para isso, precisam duplicar o DNA, e destinar uma cópia para cada célula-filha. Enquanto as células mais velhas morrem, as recém-criadas ocupam o lugar deixado por elas. O problema é que o mecanismo de divisão celular é sujeito a pequenos erros. Quando o DNA é copiado, as imperfeições contidas nele também são duplicadas. Cada um desses erros é transmitido às células-filhas, às células-netas e, assim, sucessivamente, para todas as descendentes. É como nas fotografias: cópias de cópias perdem a nitidez. Desde o nascimento trocamos todos os ossos do nosso rosto a cada dois anos.  Aos 70 anos, nossa face é a trigésima quinta cópia da que tínhamos ao nascer. A cada cópia as imperfeições se tornaram mais aparentes. É por isso que parecemos tão diferentes quando estamos mais velhos”.

Em outras palavras as mudanças acontecem lá dentro de nós de forma lenta, irreversível e gradativa, por isso de nada adianta tinta, silicone e botox aqui e acolá. O próprio tempo se encarrega de boicotar as nossas tolas tentativas de enganá-lo. Nascemos com prazo de validade, essa é a grande verdade. O que fazer então? Proponho que façamos as pazes com o Tempo e fiquemos de bem com ele! Vivamos o hoje, o agora de Deus! Que Deus nos dê sabedoria para envelhecer com dignidade e saúde, afinal, cada fase da vida tem o seu encanto. Sinceramente não gostaria de voltar nem um minuto de minha vida. Gosto de ver as marcas dos anos como sinais do que já vivi. Termino parafraseando o apóstolo Paulo: “As coisas velhas passaram, tudo se fez novo! Andemos em novidade de vida, pois ainda que o nosso corpo morra, o nosso espírito se renova de dia em dia!”.
Artigo/Nadia Malta

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