Lucas 24.1-35
Objetivo: Encorajar
os ouvintes a enxergar o Cristo Vivo em meio às aflições da vida.
Ideia Central do
Texto (ICT):
O texto
lido é muito conhecido. Apenas Lucas o relata com todos os detalhes, embora
Marcos o mencione de forma suscita, bem ao seu estilo.
Aqui é
contado o episódio de dois dos discípulos de Jesus a caminho da aldeia de Emaús
distante de Jerusalém cerca de mais ou menos 12 km. Um dos discípulos chamado
Cleopas, conta a tradição que era um tio de Jesus, irmão de José (pai adotivo
de Jesus).
Os
discípulos iam numa rota de fuga depois da crucificação. Eles estavam tristes,
abatidos, decepcionados com os últimos acontecimentos. Eles tinham tanta
esperança que Jesus tivesse vindo resgatar Israel do jugo de Roma, que ele
fosse realmente o Messias prometido há tanto tempo, mas para eles tudo havia se
esvaído. Tudo estava tão confuso para eles. Foram tantos os milagres operados
pelo Senhor, por que então tudo acabou assim? Eles tinham muitas perguntas e
iam conversando sobre a sua dor caminho a fora.
O
abatimento era tão visível que lhes cegou o entendimento e eles não perceberam
o próprio Cristo ressurreto caminhando com eles. Descobrimos aqui que
abatimento cega o entendimento.
Introdução:
O dia de
hoje, em que se celebra a ressurreição de Cristo, nos impele a olhar para
aquela estrada poeirenta que vai para aldeia de Emaús e meditarmos no encontro
daqueles homens com o Cristo ressurreto.
O cristão
não pode perder de vista a ressurreição de Jesus em nenhum momento. O apóstolo
Paulo em seu ministério procurou mostrar a Ressurreição como o cerne da
mensagem do Evangelho e o penhor da nossa própria ressurreição (I Coríntios 15).
A vida cristã não é fácil, muito pelo contrário, e nós temos experimentado isso
a cada dia. Somos como cristãos surpreendidos a cada dia com noticias, acontecimentos,
situações e circunstancias que nos abatem fazendo que sejamos impedidos de
enxergar o Cristo caminhando conosco.
Mesmo sendo
exortados a todo o momento pela Palavra de Deus a orarmos em vigilância, aqui e
acolá somos impactados com algo que tenta nos fazer recuar ou fugir.
Que
possamos ainda que pela fé, com a ajuda do Espírito Santo, contemplar a glória
do Cristo ressurreto mesmo em meio às aflições pelas quais passamos.
O TEXTO LIDO NOS APONTA TRÊS PERIGOS QUE
CORREMOS AO ENFRENTAR AS AFLIÇÕES DA VIDA:
- Somos tentados a fugir das aflições – VS. 13,14:
- Aqueles discípulos amargurados de espírito fugiram do lugar do problema, embora continuassem retroalimentando a sua dor falando o tempo todo no assunto. Fazemos isso a maioria das vezes, com raríssimas exceções.
- Certamente eles haviam ouvido Jesus falar tantas vezes sobre a sequência dos acontecimentos, mas ainda assim, perderam o foco, deixaram que a emoção falasse mais alto e a dor os dominasse. É inevitável não nos colocarmos no lugar deles. É exatamente assim que nos sentimos em meio às aflições, a nossa fé baqueia e nos deixamos afundar em nossas dores e a primeira providencia é descobrir um Emaús para o qual fugir.
- O abatimento cega o nosso entendimento e perdemos a consciência da presença de Jesus andando conosco, mesmo no meio das aflições – VS. 15,16:
- É incrível como o Senhor se manifesta aos seus discípulos em todas as épocas, se colocando ao lado deles. Contudo, o abatimento tem cegado o entendimento de muitos na hora da agonia, impedindo que enxerguem o Senhor. As próprias mulheres que foram ao sepulcro de madrugada, num primeiro momento não acreditaram na ressurreição e ouviram a reprimenda dos anjos que disseram: “Estando elas possuídas de temor, baixando os olhos para o chão, eles lhes falaram: Por que buscais entre os mortos ao que vive? Lucas 24.5
- Não há um só momento na vida do discípulo de Jesus, que ele caminhe sozinho. O Senhor embora esteja sempre presente, muitas vezes a intensidade das nossas dores nos impede de reconhecê-lo. O Salmista no Salmo 10.1. fala sobre isto e diz: “Por que, SENHOR, te conservas longe? E te escondes nas horas de tribulação?”.
- Aqueles discípulos foram impedidos de reconhecer pelo desespero e pela ignorância das Escrituras. Que possamos clamar ao Senhor que nos desvende os olhos para que possamos contemplar as maravilhas da sua lei. (Salmo 119.18, 27)
- No meio da aflição somos inclinados a aceitar apenas parte da revelação – VS. 17-35:
- Estava tudo muito embaralhado na cabeça deles. Afinal, Jesus era ou não o Messias prometido? Nada parecia fazer sentido, aquilo não tinha lógica. Eles esqueceram que fé não se explica. Fomos chamados a andar pelo que cremos não pelo que vemos. (II Corintios 5.7).
- Jesus aproxima-se deles e pergunta sobre o que falavam e ouve pacientemente todo aquele relato, não só do que já sabia como do que sentira na própria carne.
- Até ali nada parece convencer aqueles discípulos tristes: nem o túmulo vazio, nem o relato das mulheres nem a declaração dos anjos, absolutamente nada, para eles era o fim da linha.
- A partir do v. 25 Jesus além repreendê-los chamado-os de “néscios e tardos de coração” para crer no que havia sido dito pelos profetas e passa ele mesmo, a discorrer sobre as Escrituras. Ouvindo-o, seus corações ardiam. algo sobrenatural começava a acontecer. Até que Jesus fez menção de passar adiante e os discípulos o constrangeram a ficar com eles dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e o dia já declina!”. Jesus aceita o convite e fica com eles. Ele não entra sem ser convidado.
- Os olhos deles foram abertos e reconheceram Jesus ao partir do pão. Aqueles discípulos tiveram seus olhos desvendados e passaram da tristeza pelo que parecia irreversível para o júbilo pela nova perspectiva de um novo tempo. Jesus está vivo, há esperança não só para os discípulos do passado, mas para todos os que nele creem. Aqueles discípulos fizeram o caminho de volta e se tornaram testemunhas vivas da ressurreição.
Conclusão: O que essa
passagem nos ensina hoje?
1.
Aprendemos que não podemos perder de vista que o cristianismo é uma religião
relacional de vivos e não de mortos. O nosso Cristo vive, há esperança para
nós.
2. Aprendemos
que mesmo como servos do Deus vivo, estamos sujeitos a experimentar aflições e
dificuldades, contudo, nada é irremediável para nós, ainda que morramos há
esperança.
3. Aprendemos
aqui, sobretudo, que no meio das nossas aflições corremos três perigos: tendemos
a fugir, tendemos a nos abater e o abatimento cega nosso entendimento para que
percamos a consciência da presença de Jesus andando conosco e nos inclinamos a
aceitar apenas parte da revelação de Deus.
4. Do mesmo
modo como não há ressurreição sem cruz, não há cruz sem ressurreição.
Aleluia,
Amém!
Sermão/Pra.Nadia
Malta e Manoela Malta em 08.04.12 –nadiamalta@hotmail.com;
pra.nadiamalta@gmail.com; www.ocolodopai.com
Este
material pode ser reproduzido e utilizado para fins de evangelismo e
edificação, desde que seja mencionada fonte, e a Fonte é o Espírito Santo de
Deus.
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