A abominável igreja cristã
Quero te convidar para um exercício de imaginação. Imagine que você é um
não-cristão vivendo no Brasil de nossos dias e que, em determinado momento da
vida, sente uma enorme sede por algo que venha a preencher o vazio de sua alma.
Decide buscar na fé o sentido da vida e a razão da sua existência. Resolve,
assim, antes de optar de cara por uma religião, fazer uma pesquisa. Você parte,
talvez por insistência de amigos ou parentes evangélicos, a tentar descobrir o
que significa afinal, ser um cristão e o que é a igreja evangélica brasileira
dos nossos dias. Pois, quem sabe, não está ali a resposta? É uma tradição
religiosa que, afinal, tem crescido, algo de bom deve ter ali. Então você
decide ver como é essa tal de igreja evangélica. E, acima de tudo, você quer
encontrar esse tal de Jesus, que dizem que preenche a nossa vida e a nossa
alma. Mas…por onde começar?
Na dúvida, em vez de ir a um templo pessoalmente, prefere ligar a TV.
Mais fácil, rápido e sem envolvimento com todas as questões (e pessoas) de uma
igreja local. Você sabe que na TV tem pastores (quem não sabe, hoje em dia? Tem
tantos!). Não conhece muitos, logo, conclui, naturalmente, que aqueles ali
devem ser a representação fiel de todo e qualquer pastor. Mas engraçado… quem
você vê não se parece com um sacerdote, afinal pelo que você se lembra da época
de catecismo, Jesus falava com amor e mansidão, chamando os que estão cansados
e sobrecarregados para os braços do Pai. Mas, pelo contrário, vê um homem que
só berra. Em vez de falar sobre dar a outra face, amar os inimigos e caminhar a
segunda milha, ele fica meia hora falando sobre gays e blogueiros que querem
denegrir sua imagem. Critica até outros pastores, veja você! Aí você ouve esse
senhor chamando outro pastor de “cachorro morto” e esbravejar aos cuspes,
berros e olhares que lembram os de Bela Lugosi. E você, o não-cristão, que
ligou naquele programa ávido por aprender mais sobre Jesus e sobre o que é a
vida com Cristo, começa a achar que aquilo ali é ser cristão. Afinal, aquele
senhor é um pastor, embora ele não diga nada parecido com o que você esperava,
como, por exemplo, “bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa, os
insultarem, os perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês“.
Decide esperar um pouco mais e, de repente, parece que valeu a pena… vê o
mesmo pastor mudar de discurso, adotar uma postura mais suave, um tom de voz
mais brando. Você sente-se aliviado, achando que agora ele vai falar de Jesus
ou algo como “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem
destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam” ou mesmo “Mais
do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas. Eu as
considero como esterco para poder ganhar Cristo”. Mas, para sua
surpresa, o pastor começa a falar de dinheiro, dinheiro, dinheiro e a vender
produtos e mais produtos, livros, bíblias, CDs, DVDs… montes de coisas, no
cartão ou cheque pré. Parece a grande queima de estoque gospel de um
camelódromo qualquer. Você acha aquilo muito estranho.
Ainda tentando entender se o cristiansimo é a fé que vai preencher seu
coração, decide procurar informações em outras fontes. Acessa então o website
de outro conhecido pastor, que faz transmissões diárias pela Internet. Ah,
agora sim, longe das pressões financeiras de manter uma mega estrutura de TV,
você tem certeza que ouvirá o Evangelho genuíno. Naquele dia, curiosamente, em
vez de falar sobre o amor de Jesus ou a eternidade, aquele pastor está
comentando uma reportagem que saiu numa revista sobre os evangélicos. Uau, que
legal! Agora você vai aprender muito sobre o cristianismo. Vc espera que o tal
pastor ensine algo como “Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados:
‘Não matarás’ e ‘quem matar estará sujeito a julgamento’. Mas eu lhes digo que
qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também,
qualquer que disser a seu irmão: ‘Racá será levado ao tribunal. E qualquer que
disser: ‘Louco!’, corre o risco de ir para o fogo do inferno“. Mas, em vez
disso, o pastor começa a dizer que todos os outros pastores que foram
mencionados na matéria são “bundões”. Você não entende nada. Não era afinal o
cristianismo aquela religião em que seu fundador disse “Amem os seus inimigos,
façam o bem aos que os odeiam, abençoem os que os amaldiçoam, orem por aqueles
que os maltratam“? E no entanto aquele pastor que fala tanto sobre amor chama
outros pastores de “bundões”. Você fica confuso. Muito confuso.
Decide então ir para uma mídia social. Entra no twitter. Mas sai
rapidinho, pois a quantidade de coisas que os cristãos falam ali são tão
diferentes, sem uma linha em comum, são tantas visões diversas, tanta opinião
sem embasamento bíblico, tanta frase tuitada fora de contexto, tanta gente
defendendo tanta coisa díspare. Aquilo te deixa meio zonzo. Ficar 5 minutos no
twitter faz você achar que Cristo era um cara muito confuso e que a fé cristã é
uma grande Babel. Resolve então que vai buscar mais sobre Jesus e a igreja em
outro lugar. Que tal… a rádio! Sim! A rádio! Ali certamente só haverá coisa
boa! Então você sintoniza numa rádio gospel e ouve um grupo famoso que começa
uma canção com o cantor dizendo “Senhor, eu quero ter um romance contigo!”.
Você se assusta. Como assim? Seria esse o mesmo Senhor a quem o salmista diz
“Pois tu, Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra! És exaltado muito acima de
todos os deuses!“? Você acha estranhíssima essa coisa de ter um romance com
Deus e muda de estação. Outra rádio gospel. Se assusta de cara, pois parece que
a cantora está chorando. É o que ela chama de “ministrar”. Mas, meu Deus, que
choradeira! Que tom de voz artificial! Quanta falação que não leva a nada!
Aquilo te incomoda tanto que você resolve então mudar para uma rádio onde haja
pregações.
Sim! Se a Bíblia diz que é por ouvir a Palavra que vem a fé, nada melhor
do que ouvir uma pregação. O pregador começa. E, rapaz, ele grita tanto! Berra!
O povo em volta se sacode e se remexe muito, uma coisa estranhíssima. O homem
no púlpito agarra o microfone e, em gritos alucinados, grita para Deus,
repreende coisas que você não entende direito, grita, grita, grita…parece
afinal que o Deus dos cristãos é surdo. Por um desses acasos, você se lembra da
oração silenciosa de Jesus em que Ele diz “Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome; Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim
na terra como no céu; O pão nosso de cada dia nos dá hoje; E perdoa-nos as
nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; E não nos
conduzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a
glória, para sempre. Amém“. E não entende por que aquele rapaz da rádio pecisa
gemer e gritar tanto.
Você decide perguntar para alguém da sua família que frequenta uma igreja
e essa pessoa explica que aquilo é “manifestação do poder de Deus”. Você pensa
então nas milhares de igrejas pelo mundo onde se ora num tom de voz normal, sem
impostação, sem grito, apenas numa conversa franca, suave e aberta com o Pai… e
pega-se pensando “será que, afinal, nessas igrejas não está o poder de Deus?
Será que em igrejas em que não se grita nem se rodopia Jesus não salva almas,
não cura enfermos, não restaura os caídos, não abraça os feridos?”. Você ouve
até esse seu parente fazer uma piada com outros irmãos em Cristo, falando sobre
“igreja sorveteriana, de tão fria”, e tem a nítida sensação (que não pode estar
certa, deve ser impressão sua) que os cristãos são muito desunidos. Esse
pensamento, de tão absurdo, foge rápido da sua mente, e você volta a refletir
sobre a questão de se igrejas que não são barulhentas não têm o poder de Deus.
E aí você se lembra que é impossível o poder de Deus estar ausente de onde Deus
está e que a Bíblia assegura, nas palavras do próprio Cristo que “onde se
reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles” e repara que o
poder de Deus se manifesta em qualquer ambiente em que haja pessoas reunidas em
seu nome. E decididamente fica sem entender aquela coisa de que para haver
poder de Deus é preciso berrar, bater no púlpito e se comportar de modo até
meio descontrolado. “Mas tudo bem, faz parte da cultura dessa ou daquela denominação”
e, conformado, decide continuar em sua busca.
Afinal, você tem um vazio na alma. Então, embora tudo aquilo lhe pareça
muito estanho, você insiste. Muda de estação de rádio. O que ouve ali é um
pastor… conversando com um demônio! Aquilo então lhe soa bizarro, pois pelo que
já ouvira, a forma bíblica de Jesus de lidar com os demônios era não lhes dar
nenhum papo, como diz Mateus 8.16 “Ao anoitecer foram trazidos a ele muitos
endemoninhados, e ele expulsou os espíritos com uma palavra”. Repare, uma única
palavra! (mais sobre isso no post Batalha espiritual ou bandalha espiritual?).
E, de repente, tem pastores usando espaço em que poderiam estar pregando que
“Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores“, como ensina 1 Tm 1.15,
mas…ficam dando oportunidade a demônios para tagarelarem sobre um altar que
deveria estar sendo usado para exaltar o Todo-Poderoso.
Cansado de tentar entender a fé cristã pela mídia – sem conseguir
entender, pois a cada nova tentativa a coisa parece mais complicada - você opta
por vencer a preguiça e visitar diferentes tipos de igrejas e comunidades
cristãs. Vai primeiro a uma igreja de um pastor famoso, que tem milhares de
seguidores no twitter. Mas o homem começa a ensinar que Deus não está no
controle de tudo o que acontece, que as desgraças que ocorrem no mundo não têm
anuência do Onipotente… só que aquilo contraria toda a lógica de dois mil anos
de cristianismo, como você conhecia. Você se lembra de Jó, se lembra do
Dilúvio, dos exércitos de faraó sendo afogados…não, aquilo não pode ser
cristianismo, Deus ainda deve estar no controle. Mesmo que um ou outro
pastor-celebridade diga que não.
Sai do culto e vai a outra igreja. Linda, pessoas muito bem arrumadas,
opa, quem sabe não é ali que você vai compreender Cristo? A pregadora começa a
falar sobre Jesus te dar carro do ano se você crer, em ganhar uma bolsa Louis
Vuitton se declarar a vitória e tomar posse da bênção, sobre como Deus pode
fazer sua empresa prosperar se você der uma gorda oferta…. mas estranhamente
nada daquilo preenche o vazio da sua alma. Você abre a Bíblia que comprou (uma
cheia de estudos, de capa colorida e que estava numa promoção única) e lê
“Aquele que é cobiçoso corre atrás das riquezas; e não sabe que há de vir sobre
ele a penúria” e percebe que aquele discurso daquela senhora soa muito
contraditório. Aí vira mais algumas páginas da sua Bíblia e lê lá no Novo
Testamento que o próprio Jesus de Nazaré afirma: “Não acumulem para vocês
tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões
arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a
ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam“. Tem algo
muito estranho acontecendo nessa tal igreja, mas você ainda não conseguiu
definir o que é. Resolve continuar procurando.
E você, incansável, segue num périplo para entender o que é a igreja. E,
mais que isso, para tentar conhecer esse tal de Jesus que dizem que preenche a
nossa vida. Mas percebe que a linguagem de muitas igrejas é apenas dirigida
pelo marketing, que sabe que cliente satisfeito volta, e por isso, muitas estão
regendo suas práticas pelo mercado e buscam satisfazer o cliente. Nota ainda
uma característica presente em quase todas: não se fala de morte, pois pelo
discurso geral o negócio é aqui e agora, é o imediatismo (igrejas essas cheias
de pessoas desesperadas, que estão atrás de uma ajuda rápida para situações
urgentes). E sua cabeça dá um nó, pois afinal Jesus afirmou sem sombra de
dúvida que o que importa no grande esquema das coisas é a eternidade, é a vida
eterna, é o porvir: “Não trabalhem pela comida que se estraga,
mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes
dará. Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação”.
Já cansado da busca, você ouve falar de comunidades alternativas, que
fogem do modelo institucional de igreja. Os chamados desigrejados, que saíram
de igrejas tradicionais decepcionados não só com práticas e doutrinas, mas com
pessoas. Resolve ir ao encontros de alguns desses grupos, vai que ali sim
existe um cristianismo mais cristalino, longe da poluição das instituições
maquiavélicas que “manipulam a Palavra
de Deus”. Descobre, no entanto, que as pessoas que frequentam essas
comunidades criticam hierarquias, mas têm modelos hierárquicos, que criticam
liturgias, mas seguem liturgias, que abominam pastores, mas têm seus “irmãos mais experientes na fé”, que
não se reúnem em templos, mas se reúnem em algum lugar. Mudam o nome das coisas
(em vez de “igreja” se chamam “comunidades”, por exemplo), mas na essência nada
muda, pois são formadas por pessoas e pessoas pecam (mais sobre esse assunto
você pode ler nos artigos Jesus X Igreja: tornei-me cristão quando saí da
igreja e Jesus nunca construiu templos). E aí você percebe que a igreja dos sem
igreja é apenas mais do mesmo, só que com cores diferentes, e não se empolga
com esse modelo.
Disposto a dar mais uma chance, pois aquele vazio continua, você vai
junto com aquele seu primo crente que é adepto de um negócio chamado “batalha espiritual’ a um seminário
onde ensinam montanhas de coisas sobre demônios, hierarquias demoníacas, nomes
e cargos de demônios, mapeamento espiritual….rapaz, é demônio pra tudo que é
lado. Curioso, você indaga, cochichando, ao seu primo de que lugar da Bíblia
eles tiraram tanto conhecimento assim e ele gageja, hesita e diz que na verdade
são revelações obtidas ou da boca dos próprios demônios (que, curiosamente
mentem o tempo todo) ou de “ex-satanistas” que juram que faziam parte dos mais
altos escalões do movimento satanista e começam a escrever livros e mais livros
sobre o tema. Claro que viajam dando seminários (cobrando taxas bem gorduchas)
, dando palestras e “ministrando” sobre o assunto. Mas nada daquilo veio da
Bíblia! (você pode ler mais sobre isso no artigo Batalha espiritual ou bandalha
espiritual?). E, adivinha só, você que esperava conhecer mais sobre Cristo e o
cristianismo, só fica mais e mais e mais confuso – e, agora, cheio de doutrinas
de demônios na cabeça.
Exausto por tentar entender o que são afinal de contas a igreja e o
cristianismo (e esse Cristo, que até agora você não encontrou), começa a
detectar problemas gerais. Falta de acolhimento, frustração com o estilo de
liderança, frustração com as ênfases doutrinárias, ênfase excessiva na
contribuição e escândalos pululam em cada esquina. Abre o jornal e vê
deputados, senadores, governadores e outros políticos da chamada “bancada
evangélica” metidos em um monte de escândalos. É tanta coisa, tanto troço,
tanta tramoia que você se vira para os seus parentes e diz:
- Querem saber de uma coisa?! Desisti desse negócio de tentar conhecer
Jesus! Não entendi se ser cristão é ser manso ou agressivo, se tenho de orar
berrando ou não, se devo seguir a Bíblia ou coisas ensinadas por demônios, se
devo cantar a Deus com respeito ou se devo ter um romance com Ele, se devo ir a
uma igreja ou a uma comunidade que se reúne numa sala de estar…o que, afinal, é
ser cristão?! Cadê a união?! Cadê a unidade?! Cadê “para que sejam um, assim
como somos um”? Chega! Cansei! Preciso de um lugar onde eu encontre amor
verdadeiro, unidade, paz e esperança! E não estou encontrando isso nessa tal
igreja evangélica! Fui!
Aí, convidado por um colega de trabalho, você vai visitar um centro de
outra religião. Ali você encontra pessoas mansas e humildes de coração, que
falam com carinho e ajudam o próximo. Fala-se ali muito de amor. Faz-se muita caridade.
E você descobre que ali é o lugar onde tudo faz sentido. Igreja evangélica?
Não, obrigado.
E aqui acaba nosso exercício de imaginação, com a derrota total do
cristianismo. Com uma chamada “igreja evangélica” tão falida que mais espanta
que atrai. Que não tem apresentado nem representado Jesus de Nazaré.
Mas…
Um segundo só. Por favor, ainda não
vá embora.
Pois essa história pode não acabar
aqui.
Façamos outro rápido exercício de imaginação. Imagine uma igreja onde o
Evangelho é pregado como Jesus ensinou. Sem shows, sem balbúrdia, sem
marketing. Sem palcos iluminados, com sistemas de som espetaculares e sem
nenhum equipamento de filmagem. Que siga hierarquias e liturgias bíblicas, não
opressoras, mas defensoras da ordem e da boa administração e condução do Corpo
de Cristo. Que tenha um modelo discipular, voltado a formar não consumidores da
fé, mas discípulos do Senhor Jesus. Onde a leitura da Biblia, o jejum, a
meditação, a oração e outras disciplinas fundamentais da fé cristã sejam
estimuladas. Onde haja poucos membros, mas que esses poucos se conheçam pelo
nome, se tolerem, se ajudem, intercedam uns pelos outros. Onde seja pregado o
verdadeiro Evangelho, o Evangelho da renúncia, do “tome a sua cruz e siga-me“.
Onde a mensagem não seja “o que eu posso ganhar”, mas “o que eu posso dar”.
Onde ame-se a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (pelo
menos tente-se fazê-lo). Onde dinheiro não seja causa, mas consequência, e algo
que fique lá no fim da fila em termos de importância. Onde os pecadores não
sejam apedrejados e expulsos, mas amparados, acolhidos, orientados,
discipulados e postos novamente de pé. Onde Cristo seja glorificado na
simplicidade. Onde uns lavem os pés dos outros. Onde haja contrição e confissão
de pecados. Onde se pregue sobre morte, sofrimento, derrotas e dor – porque
sim, isso também faz parte da fé. Essa igreja é possível. Acredite, é possível.
Não há uma igreja perfeita. Mas essas igrejas onde busca-se o Evangelho puro e
simples, longe dos holofotes e das colunas sociais gospel existem. Geralmente
são anônimas, desconhecidas da mídia ou do grande público. Geralmente, seus
pastores têm nomes que você nunca ouviu falar. Geralmente é onde se reúne
aquele remanescente que não dobrou seus joelhos a Baal.
Não desista dessa busca. Ainda há igrejas onde você encontra Jesus de
Nazaré. E onde você consegue viver o cristianismo como o cristianismo foi feito
para ser. Desligue a TV com seus astros
da fé, pare de ouvir grupos e cantores da moda, esqueça os ventos e os modismos,
fuja de seminários estranhos, tire o diabo do centro e concentre-se em Deus… e
procure essas igrejas. São igrejas anônimas, pequenas e desconhecidas, mas onde
Jesus se orgulha de entrar e de dizer: “Aqui sim me sinto em casa”.
Paz a todos vocês que estão em
Cristo!
Autor: Mauricio Zágari